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Congresso em Foco
15/2/2018 | Atualizado às 0:16
<< Congresso com ratos, farra do guardanapo e crítica a Crivella marcam segundo dia de desfile na SapucaíEstreia e glória Mas não foi a Beija-Flor, terceira escola mais vitoriosa do Rio (atrás de Mangueira e Portela, a primeira colocada), o centro das atenções na passarela do samba. Fundada em 1954, a agremiação entrou na avenida "com o pé na porta", como se diz no popular, ao retratar Temer como um "vampiro neoliberalista" - no alto de um carro, destacou um homem de terno e cabelos grisalhos portando a faixa presidencial (foto abaixo). A escola adentrou a avenida no domingo (11) e levou ao grande público um forte discurso contra mazelas políticas e sociais. Com o samba "Meu Deus, Meu Deus, Está Extinta a Escravidão?", a agremiação soltou o grito contra o racismo renitente na sociedade brasileira, com suas variadas formas de "escravidão" social - entre elas, as relações trabalhistas recentemente modificadas pelo governo Temer, com o auxílio providencial do Congresso.
<< Temer é retratado como "vampiro" neoliberal na Sapucaí; imagem constrange apresentadores da GloboNenhum dos apresentadores da TV Globo mencionou o nome de Temer diante da aparição da fantasia trajada pelo chefe do atelier da Tuiuti, Leo Morais. Do camarote onde são narrados os desfiles e, ao final de cada um deles, realizadas entrevistas com personalidades, sambistas e carnavalescos, a jornalista Fátima Bernardes se limitou a dizer que a ala representava "o regime de exploração nos mais diversos níveis". Antes, o apresentador Alex Escobar e o carnavalesco Milton Cunha manifestaram parcimônia ao comentar a crítica gritante ao presidente. "O vampirão.", sintetizou Milton, levando Escobar a uma risada contida. Em seguida, o protagonista do quadro de esportes "Cafezinho com Escobar" limitou-se a descrever o óbvio: "Tá com a faixa de presidente esse vampiro aí". Seguindo o roteiro, o camarote da Globo recebeu para a descontraída entrevista alguns integrantes da Tuiuti. No entanto, o Temer como vampiro neoliberal, os "manifestoches" ou os paneleiros não foram mencionados. Veja o instante em que Fátima Bernardes, Alex Escobar e Milton Cunha usaram saia justa na avenida: Na referência mais clara ao neoliberalismo posto em campo pelo governo Temer, outra ala retratou o trabalho informal, em referência à reforma trabalhista que alterou, no ano passado, diversos pontos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) - e, segundo críticos das mudanças, precarizaram as condições do trabalhador e desequilibraram, em favor dos patrões, a relação entre empregadores e empregados. Como este site mostrou à época da aprovação final da matéria, no Senado, 74% dos senadores que votaram a favor das alterações na legislação são empresários. Veja o desfile completa da Paraíso do Tuiuti: Estação Primeira O carnaval deste ano se transformou em uma manifestação generalizada de resistência de sambistas e demais foliões contra a postura do prefeito evangélico Marcelo Crivella (PRB), um dos líderes da Igreja Universal do Reino de Deus. Devido à sua orientação religiosa, Crivella tem manifestado desprezo pela festa popular desde sua posse, no início de 2017. De lá para cá, cortou verbas de patrocínio da prefeitura, uma tradição no carnaval carioca, para as escolas de samba, bem como recusou participar de rituais como a entrega da chave da cidade do Rio de Janeiro para o Rei Momo. Aproveitou e levou membros de sua equipe para um tour pela Europa durante os festejos de Momo.
<< Multidão de foliões ocupa Aeroporto Santos Dumont e protesta contra Temer e Crivella; veja o vídeoA insatisfação do povo foi imediata e se reproduz não só no ambiente organizado da Sapucaí, mas principalmente no campo livre das ruas, com os mais 600 blocos de bairro representando a verdadeira festa da democracia. Além da Tuiuti, com artilharia apontada ao presidente, a Estação Primeira de Mangueira levou a um dos carros alegóricos a figura de Crivella como um judas (foto abaixo), no enredo "Com dinheiro ou sem dinheiro, eu brinco". Era o ponto culminante de uma reação que começou com promessas não cumpridas feitas pelo prefeito à comunidade do samba quando ele estava em campanha - e que, como se viu depois do pleito, não só se cumpriram como se reverteram em retirada de recursos das agremiações.
<< Temer, Lula, Gilmar e Crivella são alvos no carnaval politizado; Zeca Pagodinho vira meme com Doria << Pacotão de Brasília mantém tradição de sátira política e encerra folia com "presidente despirocado"
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