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Congresso em Foco
14/02/2018 | Atualizado às 20h33
Segovia atua como advogado de Temer na Polícia Federal, diz Randolfe
<< Segovia confirma declarações, mas nega ter antecipado resultado de inquérito sobre TemerO senador Randolfe lembra que Segovia tem se encontrado com Temer fora das respectivas agendas oficiais, estrategicamente - em uma dessas reuniões, o presidente estava a poucos dias de responder, por escrito, às perguntas formuladas pelo delegado Cleyber Malta Lopes, responsável pela investigação. Na entrevista à Reuters, acrescenta o parlamentar, o diretor-geral cogita a abertura de processo contra Cleyber, com direito a punição, apenas devido ao interrogatório encaminhado a Temer. As declarações de Segovia tiveram repercussão imediata do ministro Barroso, que intimou o delegado a se explicar e reprimiu novas declarações sobre outras investigações. Para Randolfe, o diretor-geral mostra explicitamente que está a serviço de Temer e seus aliados e atua como "advogado" do presidente. "Ao antecipar juízo valorativo sobre investigação que sequer foi finalizada, comportando-se como verdadeiro 'advogado de defesa' do senhor presidente da República, chegando ao despropósito de tentar intimidar o delegado que preside o inquérito em desfavor daquela Alta Autoridade, ameaçando-o de punição, o sr. Diretor-Geral inverte por completo o que dele institucionalmente se espera: blinda um investigado ilustre de suas responsabilidades e assedia um membro da instituição que tem por dever representar e zelar pelas funções", declarou o senador. Fator Sarney Apadrinhado por caciques do PMDB, particularmente pelo ex-presidente José Sarney (foi superintendente da PF no Maranhão, reduto eleitoral de Sarney), o diretor-geral é visto como alguém a serviço do grupo de Temer para barrar investigações que o envolvam. Segovia tem negado a acusação e dito que seu trabalho demonstrará o que fala. No entanto, a exemplo da entrevista à Reuters, o diretor-geral dá declarações que vão ao encontro da tese levantada pela oposição - a de que ele é uma das peças da estratégia peemedebista para "estancar a sangria" de investigações como a Lava Jato. Logo em sua primeira entrevista coletiva, instantes depois de tomar posse, o diretor-geral disse que uma mala com R$ 500 mil em dinheiro - entregue secretamente a Rocha Loures depois de uma espécie de roteiro depreendido de uma conversa com Temer e Joesley Batista, um dos donos da JBS - não é suficiente como prova de corrupção. Portos e esquemas Temer é acusado de ter atuado para defender interesses de empresas portuárias por meio da tramitação da MP dos Portos, medida provisória editada em 2013, quando o peemedebista ainda era vice-presidente da República. Com novas regras para o setor portuário, a Medida Provisória 595/2013, editada no governo da ex-presidente Dilma Rousseff, foi aprovada em 16 de maio de 2013 a cinco horas de perder a validade, em meio a um verdadeiro turbilhão de protestos da oposição da época, formada principalmente por PSDB e DEM, e disputa de bastidores. Revogando a Lei dos Portos, que estava em vigência desde 1993, a matéria liberou os portos privados para operarem qualquer tipo de carga, entre outras disposições.
<< Temer atuou por interesses de empresas portuárias, diz Funaro; veja o vídeoAs novas regras concederam à União a prerrogativa da gestão e planejamento estratégico do setor e, para os estados, a prerrogativa de administrar os portos. A medida também permitiu a movimentação de cargas de terceiros nos Terminais de Uso Privado (TUPs) e muda os critérios de desempate das futuras licitações. Para o governo, a proposta daria competitividade ao setor. Já na condição de presidente, com o impeachment de Dilma concretizado em 31 de agosto de 2016, Temer assinou o Decreto 9.048/2017, o tal "Decreto dos Portos", que prorrogou os contratos de concessão do setor portuário. Uma das principais suspeitas é que parte do instrumento legal serviu para beneficiar a empresa Rodrimar S/A, concessionária do Porto de Santos, por meio de negociatas articuladas por Rocha Loures, mediante pagamento de propina. O ex-assessor de Temer chegou a ser preso depois de flagrado ao correr por uma rua de São Paulo carregando uma mala de dinheiro com R$ 500 em espécie. Segundo delatores do grupo JBS, empresa corruptora de figuras de diversos partidos, trata-se de uma parcela das várias outras que seriam repassadas a Temer e Rocha Loures como acerto de outro esquema de corrupção.
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SEGURANÇA PÚBLICA
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