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Congresso em Foco
06/06/2018 | Atualizado às 00h27
<< Caminhoneiros autônomos acusam deputados de legislar para empresários do setorEla se refere às regras de contratação de seguro para cobrir danos acidentais à carga transportada, algo atualmente obrigatório. O mesmo vale para os casos de assalto, roubo ou furto do carregamento, bem como para prejuízos causados a terceiros. Mas a atual legislação é omissa ao não deixar claro se a contratação do seguro cabe ao proprietário da carga ou ao caminhoneiro. Por isso, o projeto confere ao transportador a responsabilidade pela contratação do seguro, cabendo ao contratante do serviço o custeio dos seguros adicionais.
<< Queda de Parente, desabastecimento, escoltas, inquéritos. veja números e fatos sobre a greve dos caminhoneirosNo texto original do relatório, o termo "anistia" estava explicitamente registrado, mas uma reunião com representantes do setor fez o relator mudar de ideia. Assim, ficou acertado que as multas e sanções seriam convertidas em advertências, desde que haja justificativa para a conversão. Mas autoridades direta ou indiretamente ligadas à tramitação do projeto já demonstraram objeção à proposta de anistia. Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) diz que perdão de multas é algo a ser encarado com cuidado e, além disso, o assunto deveria ser discutido por meio das três medidas provisórias editadas pelo presidente Michel Temer (MDB) no âmbito do acordo com os caminhoneiros. O deputado alega que, por meio das MPs, há mais tempo para o debate. Advogada-geral da União, Grace Mendonça já avisou não cabe anistia para as multas. Ela argumenta que, por se tratarem de punições processuais em razão de descumprimento de decisão judicial, as penalidades são impositivas e não recorríveis, pois não têm natureza administrativa (como multas de trânsito, por exemplo) e foram impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Grace foi quem acionou o STF para aplicar multas a corporações envolvidas na greve (crime de locaute) e diz que, uma vez aprovada, a anistia incorrerá em inconstitucionalidade por desrespeito à independência entre Poderes. O relatório de Marquezelli também modificado o artigo que amplia o limite de pontos, de 20 para 40, a quem caminhoneiros têm direito na carteira de habilitação. Também são beneficiados no relatório os demais motoristas (van, táxis, motoboys). Mas a mudança só vai valer, esclarece Marquezelli, para condutores sem infrações graves ou gravíssimas. Objeção Por volta das 21h30, 455 deputados marcavam presença no painel de votações, e 478 estavam em dependências da Câmara. O número de comparecimento, considerado alto para efeitos de votação, costuma ser reduzido à medida que avançam as horas. Além disso, o projeto não é de interesse do governo, o que reduz suas chances de aprovação em caráter prioritário. Se dependesse do presidente da União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam), José Araújo Silva, o projeto sequer seria votado da matéria com que foi levado ao plenário. Representante de milhares de caminhoneiros autônomos, ele disse ao Congresso em Foco que, de acordo com o que viu nas movimentações da Câmara, o relator tem encontrado mais dificuldade do que esperava. "Marquezelli ficou para cima e para baixo pegando deputado [na Câmara] para votar. Era para votar ontem [terça, 5] e creio que não vai votar hoje. Só tem eu, por incrível que pareça, contra esse projeto de lei. É brincadeira", reclamou o dirigente, talvez equivocado quanto à rejeição da matéria por parte de outros grupos de caminhoneiros. Como este site mostrou ontem, o líder do Movimento Caminhoneiros por um Brasil Melhor, Wallace Landim, tem circulado pela Câmara e distribuído a quem solicita uma "pauta de reivindicações" com data da última segunda-feira (4) contendo nove pontos. Sem muita esperança no Congresso, ele reclama também do governo Temer por não ter recebido seu grupo - que, garante, estuda estratégias para se fazer ouvido mesmo depois do acordo firmado na semana passada entre Executivo e representantes da categoria. Ele diz lutar pelo litro da gasolina a R$ 3,15 e do diesel a R$ 3. "A gente continua lutando. Há uma esperança de o governo pegar a nossa pauta de reivindicação. Que ele possa entender que não está atendendo só a categoria do transporte rodoviário, mas toda a população. Não se conversa com os representantes das categorias, e sim com os dos sindicatos. Claro, tem muita coisa que o governo já deu", disse Wallace, citando conquistas como a isenção de pedágio para veículos sem carga e a ampliação do número máximo de pontuação de multas na Carteira Nacional de Habilitação. Ele lembrou ainda que parlamentares lhe prometeram manter os termos do acordo, via medidas provisórias, pelo prazo máximo de tramitação e vigência delas, 120 dias. "Mas e depois disso?"
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SEGURANÇA PÚBLICA
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