Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
12/6/2018 | Atualizado às 9:04
Thallita Essi *
Ao menos 63 deputados e 44 senadores da atual legislatura (2015-2019) são alvos de investigação por suspeita de ter cometido o crime de lavagem de dinheiro. Esse tipo de crime é o mais comum entre os parlamentares, segundo o mais recente levantamento exclusivo do Congresso em Foco sobre a situação judicial dos congressistas, com base em informações do Supremo Tribunal Federal (STF) dispostas em seu site até 30 de abril - três dias antes da mudança de entendimento da Corte sobre foro privilegiado, que restringiu casos e implicou transferência de processos para instâncias inferiores da Justiça (leia mais abaixo). Em um universo de 643 crimes atribuídos aos mandatários, 108 são relativos a lavagem de recursos.
No ranking de processos abertos contra parlamentares, segundo dados do próprio STF, crimes de lavagem de dinheiro correspondem a 17% do total, seguido de corrupção, com 15%; peculato, que aparece em 13% dos casos; crimes contra a Lei de Licitações, que corresponde a 11% dos processos; crimes eleitorais, com 7% das ocorrências; formação de quadrilha, com 6%; e falsidade ideológica, correspondente a 5% dos casos.
<< Um em cada três deputados é acusado de crimes. Veja a lista atualizada dos investigados
<< Mais da metade do Senado é acusada de crimes. Veja a lista atualizada dos investigados
Os emedebistas Renan Calheiros (AL) e Valdir Raupp (RO) estão empatados entre os senadores mais acusados por lavagem de dinheiro, com cinco investigações cada. Nessa relação também aparecem Aécio Neves (PSDB-MG), Eunício Oliveira (PMDB-CE), Fernando Collor (PTC-AL) e Gleisi Hoffmann (PT-PR). No caso dos deputados, o pódio é dividido entre Aníbal Gomes (DEM-CE), Arthur Lira (PP-AL) e José Otávio Germano (PP-RS), ambos com três investigações por lavagem.
Entres as investigações contra congressistas também aparecem sequestro, com 19 ocorrências; crimes contra a ordem tributária, com 17 casos; crimes contra o sistema financeiro, por 12 vezes; crimes contra o meio ambiente, em 11 casos; e crimes contra o patrimônio público e estelionato, com dez registros cada. Há também aqueles processos ativos cuja natureza não é informada pelo Supremo, com 56 ocorrências.
Na relação dos crimes com menos de dez ocorrências estão: apropriação indébita previdenciária (8 processos), tráfico de influência (8), improbidade administrativa (6), lesão corporal e ameaça (5), crime contra a fé pública (4), uso de documento falso (4), crime de responsabilidade fiscal (4), falsificação de documento público (4), calúnia e difamação (3), concussão (3), emprego irregular de verbas (2), estupro (2), prevaricação (2), sonegação fiscal (2), tortura (2), crime contra a dignidade sexual (2), tráfico de influência (2) e estelionato (2).
Entre os casos isolados, todos com apenas um registro processual, há denúncias de cárcere privado, crime contra a honra, crimes falimentares, desacato, desobediência, falso testemunho, fraude, incitação ou apologia a ato criminoso, ocultação ou violação do sigilo funcional, porte de armas, preconceito, prevaricação e violência doméstica.
Foro restrito
Antes do entendimento do Supremo acerca do chamado foro especial por prerrogativa de função, que mantém investigações contra parlamentares restritas à corte máxima, havia 373 procedimentos abertos contra deputados em tramitação no tribunal, e outros 136 processos relativos a senadores. Desde que o STF restringiu o privilégio aos crimes cometidos durante e em decorrência do mandato parlamentar, pelo menos 91 inquéritos e 35 ações penais foram declinadas para a primeira instância da Justiça.
Comparando com o mais recente levantamento do Congresso em Foco, a quantidade de parlamentares com problemas judiciais diminuiu: eram 190 deputados e 48 senadores às voltas com processos no STF, número que agora é 178 e 44, respectivamente. No entanto o número de processos ativos aumentou, pois eram 309 inquéritos e 95 ações penais no levantamento anterior (404 registros), número que agora é de 431 e 77, respectivamente (508 casos).
* Estagiária sob supervisão de Fábio Góis.<< Bancada dos investigados no Congresso diminui, mas número de investigações aumenta << Gilmar ataca magistratura e vota por restrição de foro a parlamentar. Decisão foi unânime no STF
Tags
LEIA MAIS
SEGURANÇA PÚBLICA
Senado votará PEC que inclui guardas municipais na Constituição
FORÇAS ARMADAS
Saiba como vão ficar os salários dos militares após reajuste