[fotografo]Geraldo Magela / Agência Senado [/fotografo]
Marcelo Miller era considerado o braço-direito de Rodrigo Janot
O Ministério Público Federal (MPF) em Brasília denunciou à Justiça, nesta segunda-feira (25), o empresário Joesley Batista, um dos donos da empresa JBS, do grupo J&F, e o ex-procurador da República Marcelo Miller pelo crime de corrupção.
Também foram denunciados pelo MPF Francisco de Assis e Silva, um dos delatores, e a advogada Ester Flesch, uma das sócias do escritório de advocacia que contratou Miller. A acusação foi apresentada em sigilo de Justiça. Todos negam irregularidades.
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De acordo com a denúncia, na gestão do ex-procurador da República Rodrigo Janot, Marcelo Miller atuou em favor da J&F durante o processo de assinatura do acordo de delação.
O MPF afirmou, na peça, que Miller recebeu R$ 700 mil para ajudar o J&F com informações privilegiadas para fechar os acordos de colaboração premiada.
Segundo a acusação, documentos trocados entre Miller e integrantes do escritório de advocacia que o contratou comprovariam o "jogo duplo" no caso.
Miller era considerado braço direito de Janot. Segundo
áudio gravado acidentalmente por Joesley e o executivo Ricardo Saud, Miller dizia que Janot tinha planos de trabalhar com ele no escritório de advocacia.
A defesa do ex-procurador sustentou no processo que ele "nunca atuou como intermediário entre o grupo J&F ou qualquer empresa e o procurador-geral da República Rodrigo Janot ou qualquer outro membro do Ministério Público Federal".
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