Deputado Capitão Augusto (PL-SP) [fotografo]Leonardo Prado / Câmara dos Deputados[/fotografo]
A chamada "
bancada da bala", grupo de parlamentares que defendem endurecimento do Código Penal e das políticas de segurança pública, deve passar de 36 para pelo menos 102 parlamentares na próxima legislatura (
confira a lista mais abaixo). Os dados fazem parte de levantamento feito pelo
Congresso em Foco, com base em pautas defendidas pelos novos congressistas e pelas atuais lideranças. O número, porém, pode ser ainda maior.
Grande parte da bancada da bala de 2019 será composta por deputados e senadores do PSL, partido do presidente eleito Jair Bolsonaro. A legenda, nanica até então, terá no ano que vem a segunda maior composição da Câmara, com 52 deputados, além de 4 senadores.
Puxado pelo discurso de Bolsonaro, os parlamentares devem defender pautas como redução da maioridade penal, revogação ou flexibilização do Estatuto do Desarmamento, regras mais rígidas para a progressão de regime e ampliação do limite de pena no Brasil. "Todos do PSL devem integrar a frente, é a bandeira do Bolsonaro", acredita
Capitão Augusto (PR-SP), próximo coordenador da Frente Parlamentar de Segurança Pública e também pré-candidato da bancada à presidência da Câmara.
Em busca de apoio para sua recondução ao comando da Casa, o atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), comprometeu-se com lideranças da frente a
levar a plenário o projeto de revogação do Estatuto do Desarmamento, do deputado Peninha (MDB-SC). Mas, diante do fortalecimento da bancada no próximo ano, a pedido do próprio presidente eleito, a votação deve ficar para 2019. Bolsonaro entende que o perfil mais conservador da próxima legislatura facilitará a aprovação do projeto de lei.
Deputado eleito pelo PP de São Paulo, Tenente Derrite é um dos reforços da bancada da bala. Tenente do Corpo de Bombeiros, vinculado à Polícia Militar, ele disse ao
Congresso em Foco que defende a revogação da Lei de Execuções Penais, acabando com a saídas temporárias dos presos (os chamados saidões) e o regime de progressão de pena, a derrubada do Estatuto do Desarmamento, garantindo ao cidadão o direito da posse de arma, o fim do auxílio-reclusão, a diminuição da maioridade penal e a elaboração de um novo Código Penal, com leis mais severas.
Bancada da bala quer presidir Câmara, Comissão de Direitos Humanos, CCJ e outros dois colegiados
Pauta semelhante é defendida pelo
General Girão (PSL-RN), que causou polêmica ao defender, uma semana após sua eleição para a Câmara, o impeachment e a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) responsáveis pela libertação de políticos acusados de corrupção. "Não tem negociação com quem se vendeu para o mecanismo", escreveu em sua conta no Twitter.
A bancada da bala, em geral, tem o apoio da indústria de armas, como a Taurus e a Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC),
grandes financiadoras de campanhas de políticos e partidos nas eleições de 2014, quando ainda eram permitidas as doações de empresas a campanhas eleitorais. Entre os financiados na atual legislatura está o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, deputado federal pelo DEM do Rio Grande do Sul, estado que sedia a Taurus.
Caso tenha faltado algum nome ou havido a inclusão indevida de algum parlamentar, por favor, entre em contato conosco:
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Confira abaixo a lista de senadores e deputados eleitos que devem compor a bancada da bala em 2019: