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Congresso em Foco
07/01/2019 | Atualizado às 11h26
Fogo amigo e disputas internas puxam lista de desafios de Bolsonaro
Promessas "Nesses encontros, os participantes receberam promessas de que terão amplo acesso a todos os 22 ministérios e não apenas àqueles controlados por suas siglas, como era de costume sob os governos anteriores. E, para compensar o arrocho na distribuição dos recursos de emendas orçamentárias, outra promessa é a de que, nas inaugurações de obras e em outros atos públicos, amplo crédito será dado aos congressistas que colaborarem com o governo de modo a realçar o protagonismo e a parceria deles em realizações positivas para o conjunto da população em cada estado, região etc.", conta Kramer. A estratégia visa a atrair aliados com o raciocínio de que eles poderão colher bons dividendos eleitorais em 2020 e 2022. Além disso, conta o cientista político, o governo acenou com a distribuição de cargos federais a aliados e seus apadrinhados nos estados e em escalões inferiores das administrações direta e indireta. Revolta do baixo clero Para Kramer, o presidente e seu ministro da Casa Civil apostam na insatisfação do chamado baixo clero com as lideranças dos partidos. "Bolsonaro e Onyx, que jamais pertenceram ao alto clero da Câmara dos Deputados, jogam com as insatisfações e os ressentimentos da 'massa parlamentar' perante líderes que, nem sempre atentos aos interesses e pleitos dos seus liderados, guardam para si e para seu círculo mais próximo a parte do leão de recursos concedidos pelo Executivo à sua base congressual". Nada disso, ressalta o professor, será suficiente para superar o poder dos líderes partidários. "Seja como for, essa mudança de paradigma não altera o fato básico de que as lideranças partidárias continuam concentrando nas suas mãos alguns dos recursos políticos e institucionais mais relevantes para o sucesso de uma carreira parlamentar, a exemplo das indicações de presidentes e membros de comissões, bem como de relatores para medidas provisórias e proposições de interesse do governo", explica o cientista político. Pessimismo na relação Pesquisa feita pelo Painel do Poder, ferramenta criada pelo Congresso em Foco para monitorar de forma sistemática as percepções e os humores daqueles que realmente mandam na Câmara e no Senado, indica que apenas 23% das lideranças entrevistadas apostam que a articulação de Bolsonaro com o Congresso será melhor do que a feita por Michel Temer em 2018. Parte da desconfiança dos líderes em relação à capacidade de atuação do governo Bolsonaro junto ao novo Congresso decorre das fragilidades demonstradas pela equipe de transição, da inexperiência política de vários ministros, dos embates entre os filhos do presidente eleito e integrantes do núcleo político do governo e da disputa interna de poder dentro do PSL. Mas pode ser creditada também às incertezas sobre o novo modelo de negociação imposto por Bolsonaro, que prioriza as conversas com as bancadas setoriais - como a ruralista, a evangélica, a da bala, entre outras - e deixa as cúpulas partidárias em segundo plano.Tags
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