Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Congresso em Foco
12/02/2019 | Atualizado às 22h18
> Bolsonaro defende lei antiterrorismo vetada por Dilma e temida por movimentos sociais
Na defesa do projeto, o Executivo recorre à recomendação do Grupo de Ação Financeira contra a Lavagem de Dinheiro e o Financiamento do Terrorismo (Gafi/FATF), colegiado multilateral que reúne 35 países. O Gafi já havia apontada, em 2010, falhas na legislação brasileira sobre no enfrentamento do problema e, a partir delas, sugerido medidas adequadas para aperfeiçoar a lei - naquela ocasião, alguns aprimoramentos foram promovidos, à exceção das providências legais sobre bloqueio de bens. Ou seja, o Brasil já havia sido advertido e, se não revisar a legislação, fica suscetível a sanções da própria ONU. "Considerando a executoriedade imediata de tais resoluções sancionatórias do CSNU [Conselho de Segurança da ONU] e as designações de seus comitês de sanções, faz-se desnecessária qualquer decisão judicial [...]. Diversos são os países que já adotam em seu ordenamento jurídico instrumentos da espécie, a exemplo da quase totalidade dos países integrantes do Gafi/FATF, que compreendem as principais economias, bem como no âmbito da América Latina (Argentina, Bolívia, Colômbia, México e Uruguai)", diz trecho do projeto. Contra e a favor Presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) negou que a matéria, na verdade, destine-se à criminalização de movimentos sociais, mas apenas se antecipa à possibilidade de sanções da ONU, entidade que tem o Brasil como membro e signatário de tratados. "A ONU nunca vai criminalizar movimento social, até porque eles nem têm essa força do ponto de vista jurídico no nosso país", argumentou Maia. "O projeto revoga a chamada Lei Antiterrorista feita por Dilma aqui. Por isso, na verdade, o que nós temos nessa proposta é uma via ainda mais sumária para a execução de sanções diretamente pelo Ministério da Justiça, sem passar pelo crivo da Justiça, ou seja, do Judiciário brasileiro", contestou Ivan Valente (Psol-SP), uma das lideranças da oposição na Câmara. "O que nós temos aqui é uma ultracentralização [de atribuições] no Ministério da Justiça, que é senhor e único para determinar [bloqueio] sem ouvir a Justiça brasileira, atropelando a Justiça brasileira. Isso feito por um juiz de Direito que assume o Ministério da Justiça no nosso país", reclamou Ivan, referindo-se a Sergio Moro. O projeto foi concebido por ministros do ex-presidente Michel Temer (MDB). São eles: Sergio Westphalen Etchegoyen (Gabinete de Segurança Institucional), Aloysio Nunes (Relações Exteriores), Torquato Jardim (Justiça) e Grace Mendonça (Advocacia-Geral da União).> Mais de 600 brasileiros são monitorados por suspeita de terrorismo
> MST e MTST prometem mobilização contra projeto de lei que os enquadra como grupos terroristas
LEIA MAIS
Câmara dos Deputados
Projeto triplica pena para crime com arma roubada de agente público
Câmara dos Deputados
Câmara aprova impenhorabilidade de itens de pessoas com deficiência
TEMOR ELEITORAL
Kakay critica isolamento de Lula e defende Haddad como sucessor