Empresários bolsonaristas envolvidos em grupo de defesa a um golpe de Estado tinham mensagens trocadas com Augusto Aras. Foto: Reprodução / TSE
O presidente
Jair Bolsonaro escolheu nesta quinta-feira (5) Augusto Aras para substituir Raquel Dodge no comando da Procuradoria Geral da República. A informação foi confirmada pelo
Congresso em Foco pelo porta-voz da Presidência, general Otávio Rego Barros.
Posteriormente, Bolsonaro anunciou a indicação em um evento do Ministério da Agricultura.
O nome escolhido não está na lista tríplice organizada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), que é composta por Mário Bonsaglia, Luíza Fricheinsen e Blaul Dalloul.
O mandato de Raquel Dodge à frente da PGR acaba no dia 17 de setembro. A escolha de Aras precisa ser confirmada pelo Senado Federal.
O presidente da Casa,
Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse nesta quinta-feira que o prazo não é suficiente para o Senado analisar a indicação e a PGR ficará sob comando interino.
Aras é subprocurador e professor da Universidade Nacional de Brasília (UnB). Está no Ministério Público Federal desde 1987. É formado em Direito pela Universidade Católica de Salvador.
Nasceu em Salvador e é filho do ex-deputado Roque Aras, do MDB da Bahia.
Em 2013, Aras promoveu uma festa de lançamento de um livro de Emiliano José, ex-deputado pelo PT. No evento estiveram presentes o ex-ministro José Dirceu (PT) e o ex-presidente do PT
Rui Falcão.
A repercussão do fato gerou insatisfação dentro do governo Bolsonaro e foi aventada a possibilidade de ele não ocupar a vaga e o escolhido ser o subprocurador-geral Antonio Carlos Simões Martins Soares.
No entanto, a reação dos procuradores à falta de interlocução de Soares com a maioria do Ministério Público Federal fez Bolsonaro não optar por seu nome.
Soares era tratado como virtual procurador-geral da República no gabinete do senador
Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro.
No Palácio do Planalto, Antonio Carlos deixou boa impressão por causa do seu distanciamento da esquerda.
Integrantes da categoria dizem que ele é apadrinhado por
Flávio Bolsonaro e pelo advogado do senador, Frederick Wassef. O subprocurador nega.