Reviravolta com a retirada de Marcos Pereira na disputa pela Câmara não abalou a base de apoio a Elmar Nascimento em sua sigla. Foto: Agência Câmara
Líderes partidários na Câmara preveem um cenário difícil para a aprovação de projetos de interesse do governo, como as privatizações e a reforma tributária. A
crise interna do PSL dificulta que esses temas considerados prioritários pela equipe do ministro da Economia,
Paulo Guedes, comecem a avançar, pelo menos no curto prazo.
>Senadores acreditam que reforma tributária pode ficar para 2020
O
Congresso em Foco ouviu os líderes do DEM e do PSD nesta quarta-feira (16), partidos que juntos somam 63 deputados federais. Para o representante da bancada do DEM,
Elmar Nascimento (BA), a briga interna no partido do presidente Jair Bolsonaro pode prejudicar as pautas econômicas. Para ele, porém, é preciso cautela para avaliar o impacto do confronto entre as alas pró-Bolsonaro e pró-
Luciano Bivar [presidente do partido]. "Tem que esperar a poeira baixar pra saber", afirmou.
O líder do PSD, André de Paula (PE), afirma que as intrigas do PSL não ajudam nas pautas do governo. Um problema que, na avaliação dele, deve dificultar a pauta das privatizações. O assunto já
enfrentava resistência mesmo antes da deflagração da disputa entre Bolsonaro e Bivar.
"Ter o partido do presidente, que é numericamente a segunda bancada da Casa, conflagrado não ajuda, mas não acho que isso possa influenciar na aprovação ou não de matérias como essas. Acho que ninguém que é favorável às privatizações, por exemplo, possa mudar a sua posição em função de brigas partidárias, mas não ajuda em nada e não contribui para agilizar a tramitação", disse o deputado do PSD.
A
crise na sigla do presidente da República foi destacada pelo
Congresso em Foco em setembro, quando deputados revelaram ao
site que a situação dentro do partido era de racha e possível debandada.
O clima piorou no dia 8 de outubro, quando Bolsonaro disse para um seguidor esquecer da sigla. Desde então, troca de farpas estão acontecendo dos dois lados. Bolsonaro e seus aliados têm sido mais ferrenhos; do outro, o presidente do partido,
Luciano Bivar, e deputados que não fazem parte da ala mais bolsonarista.
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