Moradores em situação de vulnerabilidade social na Praça da Sé, em São Paulo [fotografo] Rovena Rosa/Agência Brasil [/fotografo]
Rodrigo Lorenzoni *
Em meio a todo transtorno causado pela
pandemia da covid-19 (novo coronavírus) e dos esforços das autoridades em mitigar os efeitos junto à sociedade, comecei a observar atentamente os movimentos de parte da
esquerda brasileira. Fazer uso político de um
tema tão sensível e grave deveria merecer não só o meu repúdio, mas também de boa parte da sociedade.
Ouvir o ex-presidente,
Lula dizer que é preciso cuidar dos desempregados, quando ao fim do governo do
Partido dos Trabalhadores (PT) tínhamos - como resultado da catástrofe promovida por eles na administração pública - mais de 12 milhões de cidadãos desempregados é um deboche.
Estiveram à frente do
governo federal, numa coalizão à base do que se conhece hoje como mensalão, e não se preocuparam em investir os R$ 33 bilhões gastos com a Copa do Mundo, na construção de hospitais, unidades de tratamentos intensivos ou na compra de respiradores, que hoje - por óbvio - fazem falta.
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Quando Lula, Dilma e sua turma na Petrobras decidiram gastar quase R$ 4 bilhões do dinheiro dos brasileiros na refinaria de Pasadena, ninguém pensou que esse recurso faria falta no
Sistema Único de Saúde (SUS).
Parece que essa esquerda que tenta usar o
coronavírus com fins políticos esqueceu que foi através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com dinheiro público, que o PT financiou (através da Odebrecht) a ditadura cubana, colocando recursos dos nossos impostos no Porto de Mariel. Em câmbio atual, foram mais de R$ 3 bilhões destinados à ditadura dos irmãos Castro.
Fiz um pequeno apanhado histórico para tentar lembrar a todos que o momento é de foco no
combate a esta pandemia que está, infelizmente, nos afastando do convívio social. Mas sobretudo para alertar que as vozes sombrias do atraso vão querer usar inclusive a morte das pessoas para obter ganhos pessoais e políticos.
Que possamos concentrar energia em superar esse momento, atentos ao que as
autoridades públicas e sanitárias nos recomendam. Façamos nossa parte enquanto sociedade e logo ali na frente, em um futuro não muito distante, possamos voltar a discutir propostas e soluções para a saúde pública, sem usar a vida das pessoas, como querem alguns.
* Rodrigo Lorenzoni é deputado estadual e presidente do Democratas no Rio Grande do Sul.
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