Rodrigo Maia e Arthur Lira: ex e atual presidente da Câmara são adversários políticos. Foto: Agência Câmara
O comando da
Câmara dos Deputados decidiu nesta segunda-feira (18) que a eleição para a presidência da Casa e demais cargos da Mesa Diretora será realizada em 1º de fevereiro, de forma presencial.
A data escolhida e a obrigatoriedade de presença dos deputados atendem aos desejos do candidato
Arthur Lira (PP-AL), apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro.
Padrinho da candidatura de
Baleia Rossi(MDB-SP), o presidente
Rodrigo Maia (DEM-RJ) defendia que deputados idosos ou que fazem parte de grupos risco da covid-19 pudessem votar remotamente, mas foi voto vencido.
O líder do PP alega que a votação remota facilitaria a pressão de presidentes de partido e governadores sobre os deputados. Baleia tem o apoio do maior número de dirigentes partidários e chefes de Executivo estaduais, mas Lira tem apostado em "traições" individuais de deputados que não vão seguir as orientações de suas legendas.
A data também era um motivo de discordância entre o grupo de Lira e o de Baleia. A eleição para presidente do Senado está marcada para o dia 1º de fevereiro, mas a da Câmara havia sido marcada inicialmente para o dia 2. Lira temia que com um dia mais com Maia na presidência da Casa, Baleia fosse beneficiado.
A validade das assinaturas dos 32 deputados do PSL que pediram para compor o bloco de Arthur Lira, outra divergência sobre a realização da eleição, não foi decidida nesta segunda. O comando do PSL defende o apoio a
Baleia Rossi.
O 2º vice-presidente da Câmara e presidente nacional do PSL,
Luciano Bivar (PE), pediu vistas do processo, ou seja, adiamento. Em outra frente, a Executiva Nacional do partido analisa
pedido de expulsão de 20 desses 32 deputados.
Se as expulsões forem confirmadas, o PSL terá maioria para compor o bloco de Baleia Rossi. O partido está rachado desde o final de 2019, quando
Bolsonaro se desfiliou da legenda após uma disputa de influência partidária com o
Luciano Bivar.
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