O ex-governador Eduardo Leite diz que está centrando esforços no Rio Grande do Sul. Agência Brasil [/fotografo]
O governador do Rio Grande do Sul,
Eduardo Leite (PSDB), comentou em entrevista ao
Congresso em Foco as recentes articulações do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), para tentar presidir o partido e expulsar
Aécio Neves da legenda. "As decisões sobre condução e rumos do partido não dependem de uma pessoa, mas de articulação e debate interno", afirmou.
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Leite classificou como "precipitado" comentar sobre as eleições presidenciais de 2022, mas não descartou disputar com Doria a indicação do PSDB para ser candidato.
Embora não fale tão abertamente sobre a candidatura presidencial como Doria, Leite nunca negou a possibilidade de tentar ser candidato e tem dito que não vai disputar a reeleição ao governo do Rio Grande do Sul. O nome do gaúcho tem sido citado dentro do PSDB como possibilidade para a candidatura ao Planalto,
inclusive pelo presidente do partido, Bruno Araújo.
>Doria quer presidência do PSDB e saída de Aécio Neves do partido
O governador confirmou que vai se reunir na quinta-feira (11) com deputados tucanos e que a divisão no partido será debatida.
"Em princípio seria uma reunião para apresentação das nossas ações, mostrar o que estamos fazendo no Rio Grande do Sul e, naturalmente, tratar de pautas de interesse dos estados, do Brasil e do futuro. Claro que os últimos movimentos no partido devem constar do cardápio, imagino", afirmou o tucano.
O posicionamento de Doria de tentar expulsar Aécio e presidir a legenda acontece depois de o PSDB ter se dividido na disputa pelo comando da Câmara entre
Baleia Rossi (MDB-SP), apoiado por
Rodrigo Maia (DEM-RJ), e
Arthur Lira (PP-AL), vencedor do pleito e candidato do presidente Jair Bolsonaro.
Aécio é aliado de Arthur Lira e faz parte da
ala do PSDB que defende uma aproximação maior com o governo. Apesar disso, o mineiro também é próximo de Rodrigo Maia e trabalhou no dia 1º de fevereiro, data da eleição para a presidência da Câmara, para que o partido ficasse oficialmente no bloco de Baleia.
A pressão para que o PSDB liberasse a bancada se intensificou após o DEM desembarcar do bloco de Baleia e decidir não entrar em nenhum. O PSDB estava dividido entre Baleia e Lira, mas, diferentemente do que acontece no DEM, o apoio tucano ao líder do Centrão não é tão público e muitos deputados do PSDB que apoiavam Lira não estavam dispostos a assinar uma lista expondo o voto no candidato.
> Ala do PSDB tenta fortalecer Eduardo Leite para barrar Doria em 2022
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