O líder do governo, Ricardo Barros, articulou a entrada na pauta da Câmara do projeto que visa autorizar exploração mineral em terras indígenas. Foto: Jefferson Rudy/Ag. Senado.
O líder do governo na Câmara,
Ricardo Barros (PP-PR), entrou nesta terça-feira (26) com processo contra o relator da CPI da Covid, senador
Renan Calheiros (MDB-AL), por abuso de autoridade e denunciação caluniosa. Em seu
relatório final, Renan imputa a Barros quatro delitos: incitação ao crime, advocacia administrativa, formação de organização criminosa e improbidade administrativa. Os crimes atribuídos ao deputado dizem respeito à sua eventual participação nas negociações da vacina indiana Covaxin, alvo de uma série de denúncias.
Segundo Barros, as acusações feitas contra ele não têm "qualquer lastro nas provas produzidas durante o inquérito parlamentar". "Imputou falsamente crimes ao noticiante para satisfazer interesse político de atacar e desgastar o governo, atuando de forma flagrantemente parcial", alega o líder do governo na
notícia-crime. O deputado alega que a CPI se afastou do dever de investigar e relatar os fatos apurados com base nas provas produzidas com a finalidade específica de prejudicá-lo.
"Estou processando o relator da CPI da Pandemia, senador Renan Calheiros, por abuso de autoridade e denunciação caluniosa. A investigação comprovou que não participei do caso Covaxin e ele insiste na denúncia. Pedi ao PGR, Aras, as providências", escreveu o deputado nas redes sociais.
Em depoimento à CPI da Covid, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) disse que o
presidente Jair Bolsonaro atribuiu a Barros responsabilidade pelos fatos denunciados por ele relacionados às negociações da Covaxin. Barros afirma que todos os depoentes que, de acordo com a cúpula da CPI, teriam envolvimento com ele negaram qualquer ligação.
"Desde então, os senadores de oposição ao governo integrantes da CPI - com especial destaque para o senador Renan Calheiros - passaram a alimentar inúmeras acusações, especulações e ilações contra o noticiante, com o notório propósito de desgastá-lo (bem como desgastar o governo) perante a opinião pública."
Ainda na notícia-crime, o líder do governo diz que os depoimentos e as quebras de sigilo telefônico, bancário, fiscal e telemático dele e de suas empresas "apontaram cabalmente para a falsidade e improcedência de todas as acusações" lançadas contra ele. O relatório da CPI da Covid será votado nesta terça-feira (26).
Luis Miranda liga Ricardo Barros e Bolsonaro a esquema de vacinas