O presidente do Banco do Brasil, Fausto de Andrade Ribeiro, discursa durante a abertura da Semana das Comunicações no Palácio do Planalto. Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr
A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou nesta terça-feira (22) a convocação do presidente do
Banco do Brasil, Fausto de Andrade Ribeiro, para esclarecer suspeita de interferência política na concessão de empréstimos a governadores.
O requerimento, de autoria do senador
Renan Calheiros (MDB-AL), tem como ponto de partida reportagem da
Folha de S.Paulo que revela que o banco concedeu R$ 5,3 bilhões em créditos para estados em 2021. Desse montante, dois terços foram para governos aliados ou de partidos que têm nos quadros apoiadores da atual gestão federal.
O governador de Alagoas, Renan Filho, filho do senador emedebista, recorreu recentemente ao Supremo Tribunal Federal para obter recursos após o BB abandonar as negociações sem maiores justificativas. Governado pelo petista Rui Costa, a Bahia também alga problema semelhante.
Renan, que virou inimigo de Bolsonaro no período em que relatou a CPI da Covid, acusa o presidente do Banco do Brasil de usar a política de crédito bancário da instituição de forma "personalista" e "discriminatória".
O banco nega que tenha agido politicamente e alega que "toda contratação de operações para o setor público segue estritamente as exigências legais dos órgãos reguladores, a avaliação de crédito e os interesses negociais do BB".