Ministro da Educação, Victor Godoy foi convocado para esclarecer as denúncias de corrupção na gestão de seu antecessor. Foto: Billy Boss/Câmara dos Deputados
A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (29), um requerimento de convocação do ministro da Educação,
Victor Godoy. Os parlamentares querem que o ministro preste esclarecimentos sobre as denúncias de tráfico de influência e corrupção durante a gestão do ex-ministro
Milton Ribeiro.
Godoy era o secretário-executivo do Ministério da Educação (MEC) durante a gestão de Ribeiro. Braço-direito do seu antecessor, assumiu o comando da Pasta após as
denúncias de favorecimento a prefeituras e instituições indicadas por pastores evangélicos na distribuição de recursos pela pasta.
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Investigado pela Polícia Federal (PG), Milton Ribeiro foi
preso na última quarta-feira (22), juntamente com os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos. Todos já foram
liberados pela justiça.
Autor do requerimento de convocação, o deputado federal
Ivan Valente (Psol-SP) destacou que Godoy era próximo do ex-ministro e dos pastores que transitavam continuamente no ministério. Ao
Congresso em Foco,
Ivan Valente destacou que ouvir o ministro da Educação sobre as denúncias é "fundamental". "Ele está lá há muito tempo. Ele era secretário-executivo do MEC. Teve uma denúncia enorme, o Milton caiu e ele foi promovido. Então o Victor Godoy é uma pessoa que tem muitos esclarecimentos para dar e ele conviveu com esse processo de governo paralelo", afirmou.
Segundo o deputado, a comissão trabalha com o "empenho máximo" para realizar a audiência com Godoy o quanto antes. A previsão é que a reunião ocorra no máximo até o dia 12 de julho. Valente também se prepara para votar um
requerimento de convocação para o ministro da Justiça,
Anderson Torres, após as denúncias de que Bolsonaro havia ligado para Milton Ribeiro com um "
pressentimento" sobre a investigação.
Godoy já foi convocado pela Comissão de Educação para falar sobre o assunto.
Na ocasião, negou que tivesse proximidade com os pastores integrantes do "gabinete paralelo" do MEC. O ministro também afirmou que Milton Ribeiro "nunca solicitou ou impôs" qualquer espécie de ato ilegal.
Ainda não há data marcada para a audiência. Por se tratar de uma convocação, Godoy não pode se recusar a comparecer à reunião, sob o risco de responder por crime de responsabilidade.