Zeca Dirceu (PR), ingressou com uma representação no Tribunal de Contas da União (TCU) pedindo que seja realizada uma auditoria em contratos da Caixa Econômica Federal em relação ao programa SIM Digital Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O líder da minoria na
Câmara,
Alencar Santana Braga (PT-SP), protocolou uma representação à
Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitando a abertura de um processo contra a
Caixa Econômica Federal pela
censura imposta pelo banco aos jornais contratados para a veiculação de anúncios. De acordo com o deputado, a estatal violou uma série de preceitos constitucionais em sua imposição.
A prática de censura por parte da Caixa foi denunciada inicialmente pelo
Congresso em Foco, em
reportagem citada na ação. Para veicular anúncios da estatal, os jornais são submetidos a aceitar uma lista de 239 termos que se tornam proibidos em suas matérias, com seu uso resultando em abatimento no pagamento final. A grande maioria dos termos são relacionados à política, inviabilizando qualquer cobertura nesse setor.
Órgão de Estado, não de governo
Alencar Santana, ao justificar o pedido, ressalta o contraste da censura praticada pelo banco e seu papel como instituição. "É um órgão de Estado, não é órgão de governo. Não deve servir, portanto, aos interesses dos aliados do presidente da República. É inadmissível que um órgão como a Caixa Econômica sirva para praticar censura e perseguir veículos de imprensa", declarou.
Além de violar os preceitos constitucionais que tratam da liberdade de imprensa, o deputado aponta para a violação dos princípios da legalidade, impessoalidade e moralidade, também estabelecidos na Carta Magna. "Trata-se, a toda evidência, de evidente abuso do poder e desvio de finalidade manifestado pelos fatos narrados", ressaltou o parlamentar.
Ao
Congresso em Foco, Alencar afirma que a imposição da Caixa aos jornais é parte de um problema mais amplo. "Ao longo da história, a extrema-direita no governo sempre representou autoritarismo, censura e coação ao trabalho da imprensa e Bolsonaro não foge à regra, seja no tratamento indigno aos profissionais, seja nas práticas ilegais dos entes do governo na relação com os meios de comunicação", disse.
Além de solicitar à PGR que seja investigada a prática de censura por parte da Caixa, o líder da minoria também pede que seja investigada a presidente da estatal,
Daniella Marques, para saber se houve envolvimento dela na imposição aos veículos de comunicação.
Confira a seguir a íntegra da representação: