CPI dos atos antidemocráticos programou para maio os depoimentos de Augusto Heleno e Gustavo Dutra, suspeitos de envolvimento no 8 de janeiro. Foto: divulgação/Chico Vigilante
O ex-ministro do
Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno e o ex-comandante da 11ª Região Militar general Gustavo Dutra tiveram as datas de seus depoimentos confirmadas na
CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal (
CLDF), que investiga os responsáveis pelos
atos antidemocráticos de 8 de janeiro. O colegiado suspeita do envolvimento dos dois militares no planejamento e na execução dos ataques às sedes dos três poderes.
Heleno e Dutra deverão prestar depoimento em maio, respectivamente, nos dias 5 e 18. Os dois foram chamados pelo deputado distrital
Fábio Félix (Psol) e pelo relator da CPI, Hermeto (MDB). Os dois foram os primeiros a cogitar a convocação e convite de militares e ex-militares das forças armadas, diante dos indícios tanto de interesse de Dutra em blindar os invasores que fugiram para o Setor Militar Urbano no dia 8 de janeiro tanto de Heleno em fomentar a invasão, tendo autorizado militares alocados no GSI durante sua gestão a participar em atividades do acampamento em frente ao quartel-general do
Exército.
Outro nome notável convocado para depor na CPI é o militante bolsonarista José Acácio Serere Xavante, conhecido como Cacique Tserere. Acampado em Brasília, Tserere foi preso em decorrência de uma ação no Supremo Tribunal Federal. Em resposta à sua prisão, seus aliados tentaram invadir a sede administrativa da Polícia Federal e atearam fogo em veículos, botijões de gás e um posto de gasolina no centro de Brasília, além de vandalizar estabelecimentos locais e uma delegacia de polícia.
Até o início de maio, a prioridade do presidente do colegiado,
Chico Vigilante (PT), é ouvir os suspeitos de financiar os atos golpistas. "O próximo depoimento será o de pessoas que temos informação de que são comerciantes que financiaram os atos antidemocráticos, que financiaram a manutenção daquele acampamento no QG do Exército. (...) Não teria acontecido o que aconteceu em Brasília se não houvesse alguém financiando com alimentos, carro de som, trio elétrico e com dinheiro distribuído", afirmou.
Os distritais também planejam seguir com as investigações sobre a possibilidade de sabotagem dentro da operação da
Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) encarregada de deter a entrada de manifestantes na Esplanada dos Ministérios. Dois oficiais da corporação foram convocados, incluindo o ex-comandante da PMDF, coronel Fábio Augusto Vieira.