Ministro-Chefe da AGU, Jorge Messias, montou um grupo multidisciplinar para que o órgão atue no combate às fake news. Foto: Daniel Estevão/AscomAGU
O advogado-geral da União,
Jorge Messias, disse neste sábado (24) que determinou que a AGU investigue a atuação de "redes de desinformação" para a disseminação de fake news sobre a situação de crianças na Ilha de Marajó, no Pará. Segundo Messias, ele já fez a determinação para a apuração dos fatos pela Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia.
"Determinei à PNDD que atue imediatamente na identificação de redes de desinformação, que criam desordem informacional sobre a Ilha de Marajó", disse Messias em seu perfil no x (ex-Twitter). "O Governo Federal está empenhado em apurar denúncias sérias para desarticular redes de tráfico humano e exploração sexual e infantil em todo o território nacional. Protejamos as nossas crianças sem a propulsão de notícias falsas!"
O ministro dos Direitos Humanos,
Silvio Almeida, comemorou a investigação. "Não vamos permitir a difamação de uma região por oportunistas que se valem de um grave problema nacional como o da proteção de crianças e adolescentes para alavancar interesses políticos ou financeiros",
disse também por meio do X (ex-Twitter).
Nos últimos dias, uma série de influenciadores publicaram imagens e mensagens na qual falavam sobre um suposto aumento da violência contra crianças na Ilha de Marajó. As publicações diziam respeito principalmente a exploração sexual infantil, mas incluíam imagens falsas.
Também foram publicadas informações sobre supostos cortes em programas federais na ilha. O governo publicou um aviso de fake news sobre o tema.
"É falsa a informação de que o governo federal cancelou as ações, políticas e projetos voltados ao Marajó. Em maio de 2023, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania criou o Programa Cidadania Marajó, um novo marco em políticas públicas para a região", diz
nota do governo federal. "Possuímos o compromisso de não associar imagens de vulnerabilidade socioeconômica ou do próprio modo de vida das populações do Marajó, em especial, crianças e adolescentes, ao contexto de exploração sexual."
O governador do Pará,
Helder Barbalho (MDB), afirmou na sexta-feira (23) que as crianças marajoaras não estão abandonadas. "É inaceitável que crianças sejam vítimas de exploração no Marajó ou em qualquer parte do Brasil e do mundo",
disse em seu perfil no X (ex-Twitter). "Não vamos descansar até que as crianças marajoaras estejam protegidas".