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Congresso em Foco
23/7/2009 9:05
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Lúcio Lambranho, enviado especial à Nicarágua
O Brasil comanda, desde 1993, a supervisão da retirada de minas terrestres da Nicarágua e de Honduras. Desde então, 137 militares brasileiros estiveram na Missão de Assistência Técnica de Remoção de Minas da América Central. Já foram retiradas 150 mil minas e faltam 4 mil na região de Ocotal, norte da Nicarágua, onde aconteceram os principais combates entre 1980 e 1990 entre os sandinistas e os contrarrevolucionários patrocionados pelos Estados Unidos.
Esta reportagem faz parte da série "Nicarágua 30 anos" sobre o aniversário de três décadas da revolução sandinista, publicada desde domingo (19) pelo Congresso em Foco. Os militares brasileiros correspondem a 46% dos homens envolvidos com a retirada das minas, maior contingente nos trabalhos entre os países latino-americanos. Atualmente o comando da missão está a cargo do coronel do Exército brasileiro Francisco Elias e tem a participação de quatro militares. Três são brasileiros e um é salvadorenho.
O trabalho é feito em conjunto com o Exército da Nicarágua, que atua na linha de frente de um trabalho delicado e de grande risco. Os brasileiros supervisionam a retirada das minas dando suporte técnico de acordo com as normas internacionais de segurança sobre esse tipo de operação militar.
O coronel brasileiro diz que em dezembro deste ano a missão deve concluir o trabalho, e o continente Centro-Americano será o primeiro do mundo a ser declarado área livre de minas terrestres. "O plano da missão é fechar o ano com o trabalho concluído, o que deverá ser marcado por uma grande festa. A América Central poderá ser declarada a primeira sem minas do mundo, o que para os nicaraguenses é uma grande conquista, assim como para os oficiais brasileiros que estiveram aqui desde 1993", explica o coronel Francisco Elias.
Além do trabalho específico de acompanhamento da retirada de minas, a missão brasileira também faz um trabalho social de grande relevância para os nicaraguenses. A missão está em todos os cantos do país fazendo um trabalho de sensibilização dos civis para que não tentem retiram as minas por conta própria, algo que pode ser perigoso devido a possiblidade real de acidentes com mortes ou de danos graves aos civis e principalmente aos campesinos que se deparam com os artefados dentro de suas propriedades.
Os militares brasileiros dão apoio às vítimas de minas terrestres com o envio de relatórios à ONU para que essas pessoas sejam de fato indenizadas. "A Nicarágua foi toda minada pelos contras, especialmente no sistema de infra-estrutura e de portos. A missão já concluiu a retirada das minas desses locais e o que falta está na fronteira com Honduras. Trabalhamos sob os registros dos oficiais do exército local, mas volta e meia somos chamados para atender casos não registrados nos informes militares", diz o coronel brasileiro.
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