[fotografo]Reprodução[/fotografo]
"Estamos trabalhando para que a gente consiga na tarde de hoje manter o veto", disse o presidente da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), nesta quinta-feira (20) a respeito do
veto relativo ao congelamento de salários de servidores públicos. O veto é uma contrapartida ao auxílio de R$ 60 bilhões a estados e municípios que a União destinará durante a crise sanitária.
> Veja como cada senador votou no veto ao congelamento de salário de servidores
Maia disse ter ciência da pressão contra o veto por parte das categorias, mas reafirmou o compromisso com a responsabilidade fiscal. "O melhor para o Brasil é a manutenção do veto", disse em coletiva à imprensa. A sessão do Congresso com deputados está agendada para as 15h desta quinta-feira.
"Não dá para que o setor público não dê a sua contribuição", disse Maia. Segundo ele, o congelamento não vai contra os servidores, pois o auxílio aos estados e municípios visa justamente garantir o pagamento de salários durante a crise decorrente da pandemia.
As principais informações deste texto foram enviadas antes para os assinantes dos serviços premium do Congresso em Foco. Cadastre-se e faça um test drive.
"Não é porque o Senado fez votação que eu pessoalmente tenho divergência que nós devemos atacar o Senado", ponderou Maia, criticando o ministro da Economia,
Paulo Guedes. "Não nos ajuda o ministro da Economia atacar o Senado Federal. Isso pode contaminar o processo de votação." Ontem à noite, Guedes fez duras críticas à atuação do Senado.
"É um desastre", classificou Guedes. "Não pode o desentendimento político estar acima da saúde do Brasil na hora em que o Brasil começa a se recuperar. Pegar o dinheiro da saúde e permitir que se transforme em aumento de salário do funcionalismo é um crime contra o país".
Alinhamento com líderes
Maia esteve reunido nesta manhã com os líderes partidários da Câmara para viabilizar os votos. PSD, Solidariedade, PP, Republicanos e DEM são alguns dos partidos que devem apoiar a manutenção do veto. Maia disse que a maioria das siglas sabe da importância da manutenção desses vetos.
"Nós estamos muito empenhados em conseguir os votos para manter os vetos. Nós não queremos furar o veto, nós queremos conter as despesas", disse o líder do governo na Câmara,
Ricardo Barros (PP-PR), que está no cargo há poucos dias. Ele citou como consequência da quebra do teto o aumento dos juros e afirmou que está buscando convencimento dos colegas.
Barros lembrou que a necessidade de negociação na Câmara foi ocasionada por apenas dois votos no Senado.
"A gente quer chamar a atenção para o rigor fiscal do governo", pontuou o líder do governo no Congresso, senador
Eduardo Gomes (MDB-TO). Ele disse ter confiança de que a Câmara irá manter o veto presidencial citando "espírito público" dos deputados e o apoio da base do governo.
"Esse recurso do veto pode fazer falta nos programas emergenciais", citou Gomes, afirmando que é preciso distribuir os recursos para o combate à pandemia. Gomes afirmou que a decisão de adiamento ou não da sessão de hoje cabe ao presidente Maia, mas ressaltou que o governo não trabalha com essa possibilidade.
O adiamento é uma possibilidade caso o governo enxergue possibilidade de derrota na sessão desta tarde.
> Com muitas novidades, Prêmio Congresso em Foco será entregue às 20h
