Sérgio Nascimento de Camargo, presidente da Fundação Palmares [Imagem reprodução]
Líderes de mais de cinquenta instituições ligadas ao movimento negro do Brasil foram ao Ministério Público contra o presidente da
Fundação Palmares,
Sérgio Camargo, nesta sexta-feira (20), dia da Consciência Negra. O grupo entregou uma representação por improbidade administrativa à Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão.
No documento, as instituições ressaltam que Camargo "vem desafiando os limites da ordem jurídica e o real compromisso do Estado Brasileiro com a promoção da igualdade racial".
Os representantes questionam a falta de uso de verba da fundação. De acordo com o documento, até setembro deste ano a pasta usou 47,52% do dinheiro destinado a Fundação, a menor porcentagem desde 2012.
Para Marivaldo Pereira, advogado e militante do movimento negro que articulou a representação, Camargo sabota a Fundação Palmares.
"O que ocorre na Palmares é uma verdadeira sabotagem! Sérgio Camargo está para a Fundação como
Ricardo Salles está para o meio ambiente. Ambos foram nomeados para destruir tudo aquilo que conquistamos nas respectivas áreas desde a Constituição de 1988. No lugar de enfrentar o racismo estrutural, o presidente da Palmares reforça a discriminação do nosso povo e tenta apagar nossa história de luta, diz.
Confira o documento:
Sérgio Camargo já retirou da lista de personalidades da Fundação Palmares a deputada
Benedita da Silva (PT/RJ), a ex-ministra Marina da Silva, os cantores Gilberto Gil, Milton Nascimento e Martinho da Vila. Hoje, o gestor da pasta publicou em seu twitter que entrarão para a lista "Mussum, Luiz Melodia, Wilson Simonal, Pixinguinha e outros que merecem".
Ele também usou a frase de Morgan Freeman em protesto ao
Dia da Consciência Negra que é comemorado hoje.
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