Deputado Dr. Luizinho (PP-RJ) é presidente da comissão externa da covid-19 na Câmara [fotografo]Divulgação/Agência Câmara[/fotografo]
O presidente da Câmara,
Arthur Lira (PP-AL), e o presidente do PP, senador
Ciro Nogueira (PI), pressionam o governo para que o
substituto de Eduardo Pazeullo no Ministério da Saúde seja o deputado
Luiz Antonio Teixeira Júnior (PP-RJ), conhecido como Doutor Luizinho. No fim de semana, a cardiologista Ludhmila Hajjar, foi convidada para um encontro pelo presidente Jair Bolsonaro, que a sondou para substituir o general na Saúde.
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No entanto, ela perdeu força, em meio a uma campanha feita por bolsonaristas nas redes sociais contra sua indicação. A médica condena o uso da cloroquina e outros medicamentos do chamado tratamento precoce. Um vídeo da médica em que participa de uma live com a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), no qual ela chama a petista de "presidenta" foi usado por apoiadores do governo para tentar descredenciar o nome dela.
O deputado Dr. Luizinho foi eleito na semana passada presidente da Comissão de Seguridade Social da Câmara e relatou no ano passado a comissão de acompanhamento da covid-19.
Apesar de bancar a indicação do colega de partido,
Lira fez elogios no domingo (14) a Ludhmila. Um integrante do PP ouvido pelo
Congresso em Foco afirmou que o presidente da Câmara tem boa relação com a médica, de quem já foi paciente, mas o nome preferido dele é do deputado carioca.
Ainda não há consenso para o substituto do general, mas dois perfis ganham a preferência. São eles uma indicação política de algum deputado ligado à área da saúde ou a escolha de um médico prestigiado.
Há no Congresso críticas a Luizinho. A avaliação é que ele traria problemas para o governo em um momento delicado como o atual agravamento da pandemia. O deputado já foi alvo de uma denúncia do Ministério Público Federal (MPF), no âmbito a operação Lava Jato, por constrangimento ilegal quando era secretário do ex-governador Luiz Fernando Pezão (MDB-RJ). No entanto, a denúncia não foi recebida e o processo foi extinto.
Na denúncia, feita pelo MPF em 2018 e que acabou não avançando, os procuradores sustentam que ele influenciou o governo a pagar uma multa de R$ 791.612,59 para a empresa Brasport, que é do ramo de vigilância sanitária. De acordo com a denúncia, Odir Mendes Filho, dono da empresa, ameaçou funcionários ligados ao governo com uma arma para receber os pagamentos atrasados.
Em entrevista ao jornal
O Globo em 2018, pouco após a denúncia, o ex-secretário disse: "Eu, ainda como secretário, recebi o Odir e disse firmemente que não tinha como pagar. Eu tinha conhecimento da dívida da OS [Organização Social] com a empresa dele, sabia da pressão que estava sendo feita à Pró-Saúde, mas eu não participei de nada disso. Eu não marquei reunião para falar disso. Eu encontrei o atual secretário e, por acaso, ele estava com eles. A gente vai provar que isso não é verdade."
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