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Congresso em Foco
19/05/2021 | Atualizado às 18h07
A razão do adiamento, no entanto, seria outra: o general teria passado mal, sendo acometido de uma síndrome de vagovagal, que causa desconfortos abdominais. Segundo o relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL), o ex-ministro foi atendido pelo senador Otto Alencar (PSD-BA), que é médico, e iria voltar à sessão - quando ela acabou adiada pela presidência. O militar negou, ao sair do prédio, que havia passado mal. Otto Alencar, à CNN Brasil, deu uma versão distinta. "Quando eu cheguei na sala do cafezinho, ele estava muito pálido", afirmou, explicando que a síndrome, causada por emoções muito fortes ou por longos tempos em pé, causa perdas sanguíneas no tórax e no cérebro. Após uma série de alongamentos, o ex-ministro teria voltado a ficar corado. "Ele passou muito tempo depondo, falando, e ficou muito tempo em pé, emocionado." Neste primeiro dia, a fala do general da ativa foi blindada por um habeas corpus que o permite se calar sobre atos relativos às suas ações diante da pasta. Mesmo assim, o general respondeu às perguntas dos senadores, de maneira considerada prolixa e tortuosa pelos parlamentares, que criticaram a postura. "A grande dificuldade é que ele elaborou uma estratégia para não responder exatamente, dissimular e delongar estas respostas, se omitir e mentir", disse Calheiros, em entrevista coletiva. "Foi uma opção que fez o ex-ministro e dessa forma está colaborando muito pouco com a investigação. Ele é a principal testemunha, mas resolveu mentir". O senador alagoano chegou a ponto de sugerir a contratação de agências de checagem para rebater eventuais mentiras faladas pelos depoentes - porém não explicou como isso poderia ser feito. "Um manda, o outro obedece" Contrariando a fala de outros depoentes que disseram à CPI que o presidente Bolsonaro intervinha nas ações de combate à pandemia de covid-19, Pazuello afirmou que nunca foi chamado para ser orientado pelo presidente. Entretanto, em uma live com Jair Bolsonaro, quando o ex-ministro foi diagnosticado com a doença, Pazuello disse que "um manda, o outro obedece", referindo-se a ordens do presidente sobre a condução da pandemia. Filhos do presidente Pazuello disse que gostaria de ter se encontrado mais com o presidente Bolsonaro e os seus filhos para a tomada de decisões no Ministério da Saúde. Ao ser citado, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), interrompeu a fala do ex-ministro: "vamos continuar conversando, Pazuello". Presidente da comissão, Aziz chamou a atenção do filho do presidente. "Eu não estou entendendo onde esse relator quer chegar", disse Flávio Bolsonaro sobre Renan Calheiros (MDB-AL). Orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) O ex-ministro afirmou ao colegiado que o Ministério da Saúde não seguiu as recomendações da OMS porque a pasta tinha "autonomia" pra isso. Recomendação do uso de cloroquina De acordo com Pazuello, a recomendação do uso de cloroquina pelo Ministério da Saúde, permaneceu porque "vários países" também faziam o uso do remédio. "Mais de 20 países com protocolos para usar o medicamento contra o coronavírus, como China, Cuba e Venezuela". Em maio do ano passado, a OMS recomendou que os testes com o medicamento fossem suspensos por apresentarem risco de morte. O Brasil é o único país que ainda insiste no uso do remédio através do presidente Jair Bolsonaro. Na segunda-feira (17), a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), ligada ao Ministério da Saúde, passou a contraindicar o uso do medicamento em pacientes internados. O ex-ministro disse não saber de quem partiu a ordem para a produção do remédio no Exército. Ele também disse que não foi consultado. Pazuello também disse que a capacidade de estrutura de enfrentamento da pandemia pelo país poderia ter sido maior: TrateCov Pazuello negou a responsabilidade sobre o aplicativo que recomendava uso de cloroquina até para tratamentos em bebês. De acordo com ele, a responsabilidade da plataforma é da médica Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde e depoente na CPI da Covid nesta quinta-feira (19). O senador Eduardo Braga (MDB-AM) também confrontou as falas de Pazuello com o fato de que a TV Brasil noticiou, em Manaus, a criação do programa. As perguntas do senador serão as primeiras a serem retomadas na sessão desta quinta-feira. Contratos com a Pfizer O ex-ministro disse que não ignorou as propostas de negociação com a Pfizer para a compra de vacinas. "Nós respondemos a Pfizer inúmeras vezes. Nunca fechamos a porta", disse. Covax Facility Pazuello disse que o Brasil não negociou 50% e sim 10% de vacinas no consórcio porque o processo não tinha estabilidade para "tantos recursos". Crise em Manaus Ao ser questionado sobre as ações para conter a crise de oxigênio em Manaus, Pazuello disse que desde quando foi informado - dia 10 de janeiro deste ano, "as medidas possível foram executadas". "Se nós tivéssemos sabido antes, podíamos ter agido antes", disse. O ex-ministro disse que o pico de mortes no estado foi entre os dias 15 e 20 de janeiro, mas foi desmentido pelo senador do estado do Amazona, Eduardo Braga (MDB-AM). Manaus sofreu com a falta de oxigênio por vinte dias e precisou da ajuda do governo da Venezuela. O senador Luis Carlos Heinze (PP-RS) disse que o governador do Amazonas recebeu mais de 2 milhões em emendas para tratar da saúde no estado. Foi desmentido pelos senadores do estado, inclusive pelo presidente da Comissão. "Deixa de ser mentiroso!", disse Omar Aziz. A sessão precisou ser interrompida. Relembre as maiores trapalhadas de Pazuello à frente do Ministério da SaúdeSuspendemos a sessão de hoje por conta do plenário do Senado. Ainda há 23 senadores inscritos. Voltaremos amanhã às 9h30.
- Omar Aziz (@OmarAzizSenador) May 19, 2021
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