O ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirma que o presidente Jair Bolsonaro está repoduzindo desinformação russa.
Congresso em Foco
02/03/2022 | Atualizado às 19h06
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O ex-ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirma que atos de Bolsonaro mostram posicionamento favorável à Rússia. Foto: reprodução/YouTube
O ex-ministro das Relações Exteriores Ernesto Araújo divulgou um vídeo com críticas ao posicionamento do presidente Jair Bolsonaro (PL) em relação à guerra da Rússia contra a Ucrânia. Ernesto foi o primeiro chanceler do governo Bolsonaro
No vídeo gravado no dia 28 de fevereiro e publicado no canal Logopolítica, o ex-ministro diz entender a posição de "neutralidade" defendida pelo presidente, mas que "os atos que ele [Bolsonaro] está tomando, autorizando que sejam tomados, sinalizam uma preferência pela Rússia".
Confira o vídeo:
Segundo ex-ministro, o Brasil não deveria se manter neutro em relação ao conflito. "Me parece que a posição correta do Brasil, compatível com nossos valores morais e interesses materiais, seria um apoio à Ucrânia, junto com as grandes democracias ocidentais", afirmou.
Ernesto aponta como sinal do posicionamento brasileiro pró-Rússia a visita de Bolsonaro ao presidente russo, Vladimir Putin, num momento que as tensões já estavam altas. Na ocasião, lembrou, Bolsonaro manifestou "solidariedade" à Rússia.
O ex-ministro também criticou as declarações do presidente favoráveis à Rússia e a maneira como se referiu ao presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. No último domingo (27), o presidente afirmou que o povo ucraniano "confiou em um comediante para traçar o destino da nação". O ex-ministro afirma que o comentário é "pura propaganda russa" e tem sido disseminado para descredibilizar Zelensky e tirá-lo do poder.
"A Rússia está plantando, obviamente, desinformação no Ocidente para desviar a atenção do fato central, que é uma agressão da Rússia à Ucrânia, naquilo que é claramente uma guerra de conquista", destacou o ex-ministro. "O presidente está reproduzindo e validando desinformação russa", acrescentou.