Publicidade
Publicidade
Receba notícias do Congresso em Foco:
Justiça
Congresso em Foco
23/4/2025 16:44
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira (23), o projeto de lei 435/2023, de autoria do senador Jader Barbalho (MDB-PA), que assegura gratuidade e prioridade automáticas em ações cíveis movidas por mulheres vítimas de violência. O texto tramita no Senado e deve passar por turno suplementar antes de seguir para análise da Câmara dos Deputados.
O relator, senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), apresentou um substitutivo que amplia o alcance do benefício. Segundo o novo texto, a gratuidade será estendida a familiares da vítima, como cônjuges, filhos, pais ou irmãos, nos casos em que a mulher tenha morrido e eles assumam o processo.
Mourão argumenta que, embora leis já determinem prioridade para vítimas de violência, a exigência de pedido formal torna o benefício ineficaz em muitos casos. Mulheres agredidas, por desconhecimento ou falhas na defesa, nem sempre requisitam a prioridade judicial. O substitutivo garante que a preferência na tramitação e a isenção de custas passem a ser automáticas, desde que haja comprovação da agressão.
A mudança vale para todas as instâncias da Justiça, inclusive tribunais superiores, sem necessidade de autorização do juiz ou solicitação por parte da defesa. O benefício poderá ser revogado se for constatada má-fé processual. A reunião foi presidida pelo senador Otto Alencar (PSD-BA).
Barreiras econômicas
O relator destacou que o custo do processo pode afastar vítimas do Judiciário. Atualmente, a gratuidade é concedida apenas a quem comprova não ter renda suficiente.
"Se a mulher já sabe que poderá ser condenada a pagar custas e despesas processuais, ela não irá buscar a proteção do Poder Judiciário", afirmou Mourão.
A proposta altera o Código de Processo Civil para garantir a prioridade no trâmite sem necessidade de requerimento. A medida abrange ações de direito civil, como casos de família, herança, contratos e indenizações.
Antes de chegar à CCJ, o projeto foi aprovado nas Comissões de Segurança Pública (CSP) e de Direitos Humanos (CDH), ainda em sua versão original.
Tags
Temas
LEIA MAIS
INQUÉRITO DO GOLPE
Reforma Tributária
Entidades do Fisco criticam indicação de SP para comitê gestor do IBS
DESVIO BILIONÁRIO
Fraude de R$ 6,3 bi: presidente do INSS é afastado em operação da PF