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JUSTIÇA
Congresso em Foco
18/4/2025 18:38
O ex-senador Telmário Mota (RR) deixou a prisão na noite dessa quinta-feira (17) após a Justiça autorizar sua transferência para o regime domiciliar, com base em alegações de problemas graves de saúde física e mental. Condenado a oito anos e dois meses de prisão por importunação sexual contra a própria filha, Telmário também é investigado por suspeita de mandar matar a ex-companheira, Antônia Araújo de Sousa, assassinada três dias antes de prestar depoimento no caso que envolve a filha do casal.
Telmário Mota, que ocupou uma cadeira no Senado entre 2015 e 2023, foi preso em outubro do ano passado, acusado de estuprar a própria filha, que tinha 17 anos à época do crime, ocorrido em 2022. O caso ganhou contornos ainda mais graves quando, em setembro de 2023, Antônia Araújo, mãe da adolescente e uma das principais testemunhas no processo, foi executada com um tiro na cabeça na porta de casa, em Boa Vista (RR).
Antônia estava prestes a depor contra o ex-senador e vivia sob medida protetiva, que impedia Telmário de se aproximar dela e da filha. A polícia investiga o ex-parlamentar como mandante do crime, que teria sido articulado com o auxílio de uma assessora, responsável por monitorar a rotina da vítima. A motivação, segundo as autoridades, envolveria conflitos por pensão alimentícia e a tentativa de evitar o depoimento de Antônia contra Telmário.
Motivos de saúde
A defesa de Telmário alegou que ele sofre de diversas comorbidades, como hipertensão, artrose, hiperplexia, gastrite, cálculos biliares e transtorno depressivo moderado, com tendências suicidas. Os advogados sustentaram que o sistema prisional não oferece estrutura adequada para seu tratamento. Laudos médicos e uma perícia solicitada pelo Ministério Público embasaram o pedido de habeas corpus.
A solicitação foi aceita pelo desembargador Ricardo Oliveira, da Vara de Execução Penal de Roraima, que determinou a prisão domiciliar por 60 dias, com uso de tornozeleira eletrônica. Nesse período, Telmário só poderá deixar sua residência com autorização judicial ou para realizar tratamento médico. Ao fim do prazo, a medida será reavaliada pela Justiça.
Restou demonstrado que o paciente necessita de acompanhamento médico específico, o qual não vem sendo devidamente ofertado no sistema prisional, afirmou o desembargador.
Investigação segue em curso
Apesar da mudança no regime de prisão, Telmário continua sendo alvo de investigações pelo assassinato de Antônia. Ele nega envolvimento e sua defesa classifica a prisão como desproporcional.
O crime ocorrido em 29 de setembro de 2023 é tratado pelas autoridades como uma execução premeditada, motivada pela iminência do depoimento de Antônia em audiência marcada para 2 de outubro, no processo em que o ex-senador é acusado de abuso sexual. A Polícia Civil afirma que a morte da testemunha certamente beneficiaria o réu.
Aos 67 anos, Telmário Mota é economista e contador de formação. Iniciou a carreira política como vereador em Boa Vista e foi eleito senador em 2014. Em 2018, tentou o governo de Roraima, sem sucesso. Ficou conhecido por declarações polêmicas e episódios controversos, como a defesa de teorias conspiratórias, envolvimento com rinha de galos e festas em meio à pandemia.
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