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DISPUTA PARTIDÁRIA
Congresso em Foco
14/4/2025 | Atualizado às 8:47
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, sofreu sua terceira derrota consecutiva nas eleições internas da Rede Sustentabilidade, partido que fundou em 2013. No 6º Congresso Nacional da legenda, realizado neste fim de semana em Brasília, a chapa "Rede pela Base", ligada à ex-senadora Heloísa Helena, saiu vitoriosa com 76% dos votos dos delegados.
Com o resultado, o secretário de Relações Institucionais de Belo Horizonte, Paulo Lamac, e a militante Iaraci Dias assumem os cargos de porta-vozes nacionais do partido, cumprindo a regra de paridade de gênero na direção. A chapa apoiada por Marina, "Rede Vive", encabeçada por Giovanni Mockus, obteve apenas 24% dos votos. O posto de porta-voz na Rede equivale ao de presidente nas demais legendas.
Disputa judicial e clima de tensão
A eleição foi precedida por um ambiente conturbado. A ala de Marina tentou suspender o pleito por via judicial, alegando irregularidades no processo de escolha de delegados em diferentes estados. A liminar, no entanto, foi rejeitada na noite de quinta-feira (10), horas antes da abertura do congresso.
Casos de conflito interno foram registrados em pelo menos cinco estados Bahia, Pernambuco, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul , onde aliados de Marina acusaram a outra ala de realizar filiações sem consentimento e promover intervenções nas instâncias estaduais. Na Bahia, duas convenções paralelas chegaram a ser realizadas simultaneamente, e uma delas contou com manifestações contra Marina, que não estava presente.
Divisão
A disputa entre Marina Silva e Heloísa Helena evidencia uma divisão histórica na Rede, com divergências que se intensificaram a partir de 2022. Marina defende uma linha sustentabilista progressista, conciliando preservação ambiental com responsabilidade fiscal e inserção no sistema capitalista. Já Heloísa representa a vertente do ecossocialismo, que propõe uma ruptura com o atual modelo econômico como forma de alcançar a justiça ambiental.
Essas diferenças também se refletem na postura diante do governo federal. Enquanto Marina Silva é ministra do Meio Ambiente, Heloísa mantém uma posição crítica ao PT desde sua expulsão do partido, em 2003, por votar contra a reforma da Previdência. A ex-senadora ajudou a fundar, em seguida, o Psol, partido que deixou em 2015, em meio a disputas internas.
Durante o congresso desse fim de semana, essas tensões foram vocalizadas por militantes. Integrantes da chapa vencedora entoaram o coro A Rede que eu quero não votou no Aécio, em referência ao apoio de Marina a Aécio Neves (PSDB) no segundo turno das eleições de 2014.
Democracia
Mesmo derrotada, Marina participou do encerramento do congresso e adotou um tom conciliador. "Democracia é isso: temos que discutir. A Rede é um ecossistema, tem lugar para todo mundo. Por isso, lutamos tanto para criar a Rede", afirmou.
Ela também reforçou os princípios fundadores do partido: O partido é Rede Vive, é Pela Base. As bases são os princípios e os valores da Rede. Viva a democracia. A nova composição do Elo Nacional da Rede será proporcional, o que garante espaço para ambas as chapas na direção partidária.
Além da eleição, o congresso aprovou diversas moções, incluindo uma de solidariedade a Glauber Braga (Psol-RJ). Estiveram presentes no evento figuras como o deputado federal Túlio Gadelha (PE), os deputados estaduais Ana Paula Siqueira e Lucas Lasmar (MG), Fábio Duarte (ES), o prefeito Txai Costa (Nova Era-MG), além de vereadores e lideranças da Rede de todo o país.
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