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MARCHA AO CONGRESSO
Congresso em Foco
11/4/2025 | Atualizado às 9:47
Um protesto indígena realizado na noite de quinta-feira (10), em frente ao Congresso Nacional, acabou em confronto com as forças de segurança. A mobilização fazia parte da marcha do Acampamento Terra Livre (ATL), que reuniu milhares de indígenas de diferentes etnias do país em Brasília. Agentes das Polícias Legislativas da Câmara e do Senado usaram bombas de gás para dispersar parte dos manifestantes.
De acordo com a assessoria da Câmara dos Deputados, a ação teve o objetivo de impedir a entrada dos indígenas no prédio do Congresso. "O acordo com o movimento indígena, que reúne lideranças de diferentes etnias do país, era que os cerca de 5 mil manifestantes chegassem apenas até a Avenida José Sarney, anterior à Avenida das Bandeiras, que fica próxima ao gramado do Congresso. Mas, parte dos indígenas resolveu avançar o limite", informou a nota oficial.
Veja o vídeo:
A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), porém, contesta essa versão e nega que tenha havido descumprimento do perímetro estabelecido. Segundo a entidade, os manifestantes acessaram o gramado de forma pacífica e sem violência. A corporação dos Bombeiros do Distrito Federal foi acionada e prestou socorro a duas mulheres que apresentaram mal súbito.
Pronunciamentos oficiais e críticas
Em nota, a Presidência do Senado afirmou que a contenção dos manifestantes foi feita com meios não letais e que o "respeito aos povos originários" foi reafirmado pela Casa. "Ressaltamos que a dissuasão foi realizada exclusivamente por meios não letais e a ordem foi restabelecida. A Presidência do Congresso Nacional reforça seu respeito aos povos originários e a toda e qualquer forma de manifestação pacífica. No entanto, é indispensável que seja respeitada a sede do Congresso Nacional e assegurada a segurança dos servidores, visitantes e parlamentares", diz o comunicado.
A Polícia Militar do DF, que atuou junto com a segurança do Congresso durante a semana, declarou que houve avanço dos manifestantes na área de segurança do Parlamento. "Na data de hoje (10), ao final da manifestação, os manifestantes adentraram à área de segurança do Congresso Nacional, momento em que a segurança do Congresso Nacional, a Polícia Legislativa, atuou com material químico", informou.
Já a Apib, principal organizadora do Acampamento Terra Livre, condenou com veemência a atuação das forças de segurança, afirmando que os indígenas foram recebidos com bombas "no local que deveria ser a casa da democracia".
"O Congresso, além de aprovar leis inconstitucionais, ataca os povos indígenas e seus próprios deputados. A deputada indígena Célia Xakriabá (Psol) e várias pessoas ficaram feridas ao serem recebidas com bombas de gás de pimenta e efeito moral, no local que deveria ser a casa da democracia. Lamentamos o uso desnecessário de substâncias químicas contra os manifestantes, mulheres, idosos, crianças e lideranças tradicionais", diz a nota.
Crise climática
A marcha dessa quinta-feira integrou a programação da 21ª edição do Acampamento Terra Livre, evento que ocorre anualmente em Brasília para reunir lideranças indígenas de todo o país. Neste ano, o tema escolhido foi A resposta somos nós, com foco no combate à crise climática, na transição energética justa e na valorização dos povos originários como guardiões da natureza.
"A mobilização teve como objetivo a defesa de direitos constitucionais e o fortalecimento do diálogo com os Poderes da República. O Acampamento Terra Livre é realizado há mais de 20 anos na capital federal, sempre com forte organização, compromisso e respeito às instituições democráticas. Ao longo dessas mais de duas décadas, o movimento indígena sempre colaborou e continuará colaborando para garantir que o evento ocorra de forma tranquila e segura", disse o movimento.
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