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JUSTIÇA
Congresso em Foco
25/3/2025 | Atualizado às 15:04
A denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro começou a ser julgada nesta terça-feira (25) pela Primeira Turma do STF. Isso significa que são cinco dos 11 ministros da Corte que vão decidir se Bolsonaro e mais sete acusados vão se tornar réus por uma tentativa de golpe de Estado, em vez do conjunto completo do plenário.
Isso não é o que aconteceu com todos os acusados por tentativa de golpe de Estado: em 14 de novembro de 2023, por exemplo, a Suprema Corte condenou Aécio Lúcio Costa Pereira, primeiro réu pelos atos golpistas de 8 de janeiro, a 17 anos de cadeia em sessão onde todos os ministros votaram. A defesa de Bolsonaro pede que as sessões envolvendo suas acusações sejam feitas nessa mesma condição.
A avaliação do caso de Bolsonaro e dos outros acusados, porém, não é feita na Primeira Turma por causa das suas especificidades. Isso se sustenta no regimento do STF, que sofreu uma alteração em dezembro de 2023.
A resolução regimental 59/2023
Na manhã desta terça-feira, o STF divulgou na rede social Instagram uma publicação explicando a norma que coloca o caso de Bolsonaro na Primeira Turma.
A resolução regimental 59/2023 (leia aqui na íntegra) devolveu às Turmas do STF a atribuição de julgar ações penais, que apuram a ocorrência de um crime ou contravenção, de modo a diminuir os julgamentos feitos pelos 11 ministros:
A alteração foi aprovada depois de 8 de janeiro por causa do alto número de ações penais geradas, que ameaçavam congestionar o plenário da Suprema Corte. De acordo com o presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, o risco era de um "panorama de excesso de processos e de possível lentidão na sua tramitação e julgamento". O uso das Turmas é por celeridade, liberando o plenário da Corte para o julgamento de outras ações.
A denúncia contra Bolsonaro foi para a Primeira Turma porque ela é integrada pelo relator do caso do STF, o ministro Alexandre de Moraes.
Estratégia
Existem ainda razões políticas para que Bolsonaro busque um julgamento em plenário, com todos os 11 ministros:
Na sessão desta terça-feira (25), os ministros da Primeira Turma rejeitaram o argumento das defesas por um julgamento em plenário e reafirmou a competência do colegiado para julgar o caso.
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