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Representatividade
Congresso em Foco
22/3/2025 15:00
Em 2025, seis deputadas foram eleitas presidentes de comissões permanentes na Câmara dos Deputados, dentre os 28 colegiados que já escolheram seus líderes. A Câmara possui um total de 30 comissões permanentes, e as Comissões de Administração e Serviço Público e de Desenvolvimento Urbano ainda não realizaram suas eleições.
De acordo com a Secretaria-Geral da Mesa (SGM), desde 2003, o número máximo de mulheres presidindo comissões permanentes foi de sete, em 2021, representando 28% do comando dos colegiados. Em 2022, esse número caiu para duas mulheres (8%), subindo para cinco em 2023 (16%), ano em que o número de comissões temáticas aumentou de 25 para 30. Em 2024, o percentual de 16% se manteve, e em 2025, com mais uma mulher na liderança, o índice chegou a 20%.
A deputada Benedita da Silva (PT-RJ), coordenadora da bancada feminina, considera a conquista importante, mas ressalta que o número ainda é insuficiente. As deputadas almejam maior representatividade nos cargos de liderança e desejam participar das discussões de todos os temas, não se restringindo aos direitos da mulher.
"Nós temos uma Secretaria da Mulher e procuramos dentro dos diferentes partidos priorizar projetos das áreas das mulheres, mas também nós queremos relatar projetos na área da economia, na área social, na área racial, por isso acho importante estarmos presidindo comissões, e a gente quer presidir a Comissão de Constituição e Justiça, de Finanças", afirmou.
A deputada Elcione Barbalho (MDB-PA) assume a presidência da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Em seu sétimo mandato, esta é a terceira vez que Elcione preside uma comissão, tendo liderado a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher em 2021 e a antiga Comissão de Seguridade Social e Família em 2009. A Comissão de Meio Ambiente terá destaque em 2025, com a realização da COP30 em Belém (PA).
Ao assumir, Elcione pediu união em prol do meio ambiente e destacou a Amazônia como prioridade. "Eu quero que as pessoas conheçam a Amazônia, o que é a Amazônia, como a gente vive, nossas riquezas, que são incalculáveis, e ter acima de tudo seriedade e compromisso de fazer grandes trabalhos em prol do nosso Brasil e da nossa Amazônia", declarou.
A Comissão de Esporte será presidida pela primeira vez por uma mulher, a deputada Laura Carneiro (PSD-RJ), em seu quinto mandato. "Uma comissão que sempre foi integrada por homens, nós somos poucas mulheres, e presidi-la será uma honra, não é uma tarefa fácil, são temas muito masculinos, mas tenho certeza que a capacidade pessoal das mulheres que compõem a comissão vai reafirmar que mulher pode estar onde ela quiser", disse.
Entre suas prioridades, Laura citou temas como a questão racial, o esporte como ferramenta de inclusão social e a regulamentação das apostas esportivas. Laura Carneiro lidera o ranking da organização Elas no Congresso, que avalia a atuação parlamentar na defesa dos direitos das mulheres.
A deputada Célia Xakriabá (Psol-MG) será a primeira indígena a presidir a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher. Doutora em Antropologia, Célia foi presidente da Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais em 2023. Na Comissão da Mulher, ela pretende priorizar o combate ao feminicídio, especialmente entre mulheres indígenas, e os impactos das mudanças climáticas na economia de mulheres agricultoras e quilombolas. Célia destacou a diversidade como foco da comissão.
"Essa Comissão da Mulher tem lugar para todas as mulheres: mulheres dos turbantes, mulher do cocar, mulheres evangélicas, mulheres católicas, mulheres de terreiros, mulheres também que são de movimentos sociais, porque antes de ser parlamentar, nós somos outras coisas, carregamos muitos jeitos de ser mulher dentro de nós", afirmou.
A deputada Denise Pessôa (PT-RS) assumirá a Comissão de Cultura, tendo como um dos principais temas o Plano Nacional de Cultura. Arquiteta e urbanista, Denise está em seu primeiro mandato como deputada federal.
A deputada Yandra Moura (União-SE), primeira mulher eleita deputada federal por Sergipe, presidirá a Comissão de Integração Nacional e Desenvolvimento Regional. Ela pretende focar no combate às desigualdades regionais e em investimentos em infraestrutura.
"Lutaremos contra as desigualdades regionais e por mais infraestrutura e investimentos, nos debruçaremos sobre projetos que busquem transformar a economia local. Atuaremos como elo entre os estados e os municípios e o governo federal", ressaltou.
A deputada Dandara (PT-MG) foi eleita para presidir a Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais. Ela destacou a importância da COP30 e o compromisso com a proteção da Amazônia e os povos tradicionais. Entre suas prioridades estão o combate ao desmatamento, o fortalecimento da economia das florestas e a demarcação de territórios indígenas.
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