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Congresso em Foco
19/3/2025 | Atualizado às 16:11
O deputado Filipe Barros (PL-PR) assumiu, nesta quarta-feira (19), a presidência da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (Credn). Ele foi escolhido para o cargo um dia após o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) anunciar licença por tempo indeterminado. Eduardo era o nome preferido do partido para comandar o colegiado, mas a indicação foi inviabilizada pela decisão de não retornar ao país.
Em seu discurso de posse, Filipe Barros defendeu o colega e reforçou o alinhamento às suas teses.
Licença de Eduardo Bolsonaro
Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos desde 27 de fevereiro. Na terça-feira (18), ele anunciou que pediria licença do mandato, alegando receio de ser preso ao retornar ao Brasil. A decisão foi mantida mesmo após a Procuradoria-Geral da República (PGR) negar o pedido de investigação contra ele.
A iniciativa do deputado ocorreu após uma notícia-crime apresentada pelo líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ). O parlamentar petista solicitou que Eduardo fosse investigado e que seu passaporte fosse retido, sob a alegação de que ele agiu contra interesses nacionais.
O pedido teve como base a articulação do deputado para a aprovação de um projeto aprovado no Comitê Judiciário da Câmara dos Representantes dos EUA. A proposta visava impedir a entrada do ministro Alexandre de Moraes no país, em represália ao bloqueio de plataformas de mídias sociais americanas no Brasil.
Posicionamento de Filipe Barros
Ao comentar a licença de Eduardo Bolsonaro, Filipe Barros classificou o afastamento como "histórico", alegando que ele estaria se exilando para evitar uma "perseguição às liberdades e à sua família". O novo presidente da Credn argumentou que há um movimento para excluir a direita da política nacional e questionou se pode haver democracia sem espaço para esse espectro ideológico.
Barros criticou o que chamou de "judicialização da política" e afirmou que há um "extremismo da coerção estatal" que estaria suprimindo liberdades e criminalizando opiniões. Segundo ele, assume a comissão com a missão de resgatar "a verdadeira soberania e as liberdades", destacando que o colegiado será uma "trincheira institucional" para reafirmar a vontade do povo.
Influência estrangeira
Durante seu discurso, Barros também criticou a atuação de organizações internacionais na política brasileira, em especial as ONGs que receberam recursos da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAid), órgão governamental extinto pelo governo Trump que tinha como função patrocinar instituições voltadas ao desenvolvimento e defesa dos direitos humanos em países parceiros dos EUA.
"As relações internacionais têm que ser pautadas sobretudo na ideia de Estados-nações fortes, culturalmente soberanos. Hoje, infelizmente, não é o que assistimos no Brasil nas últimas décadas, onde fundações internacionais usam seu poderio econômico para influenciar na política local", afirmou Barros.
Disputa pela comissão
A definição da presidência da Credn ocorreu após semanas de atrito no Colégio de Líderes. O PT tentou impedir que o comando ficasse com o PL, defendendo que a posição fosse ocupada pelo PSDB. A preocupação era que, sob a liderança de Eduardo Bolsonaro, os trabalhos da comissão pudessem comprometer a preparação do Brasil para a COP30 e influenciar disputas comerciais com os Estados Unidos.
Eduardo Bolsonaro é um dos principais articuladores da oposição em nível internacional. Entusiasta de Donald Trump, chegou a ser cogitado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para o cargo de embaixador nos Estados Unidos. No entanto, a indicação não avançou diante de críticas e alegações de nepotismo.
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