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ECONOMIA
Congresso em Foco
07/03/2025 | Atualizado às 08h15
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) criticou as medidas anunciadas nessa quinta-feira (6) pelo governo para reduzir os preços dos alimentos. Uma das bancadas mais numerosas do Congresso, a FPA classificou as propostas do governo como "ineficazes" e "pontuais" e acusou o Executivo de transferir a responsabilidade pela alta dos preços para os produtores rurais, sem abordar o desequilíbrio fiscal.
De acordo com a FPA, a solução não é onerar os produtores para compensar o gasto público desequilibrado, pois isso não garante alimentos mais baratos ou uma produção economicamente viável. A entidade argumenta que a inflação de alimentos resulta do aumento dos custos de produção, "exacerbados pelo desequilíbrio fiscal".
"Não é transferindo o ônus de bancar o desequilíbrio do gasto público do governo para os produtores rurais que teremos uma comida mais barata e uma produção economicamente viável", protestou a entidade em nota divulgada nesta sexta-feira (7). Veja a íntegra mais abaixo.
Entre outras iniciativas, o governo decidiu zerar o Imposto de Importação de nove produtos: azeite, milho, óleo de girassol, sardinha, biscoitos, massas, café, carnes e açúcar. As medidas serão submetidas à Câmara do Comércio Exterior (Camex) e não devem passar pelo Congresso.
Segundo a FPA, a solução para conter os preços dos alimentos passa pela próxima safra e pela correção dos custos, incluindo a garantia de um novo Plano Safra 25/26 com recursos e juros adequados para os produtores. A frente também cobrou uma resposta do governo a respeito das propostas da bancada para redução dos preços, encaminhada à Casa Civil na semana passada.
O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que as medidas anunciadas pelo governo não vão prejudicar os produtores rurais brasileiros. "Nós entendemos que não [vai prejudicar o produtor brasileiro]. Você tem períodos de preços mais altos, mais baixos. Nós estamos em um período em que reduzir o imposto ajuda a reduzir preços. Você está complementando. Não vai prejudicar o produtor, mas beneficiar os consumidores", declarou.
Veja a íntegra da nota da FPA:
"A redução mais eficiente para combater a inflação de alimentos é a colheita da safra brasileira que ocorre nos próximos meses e a correção de ações que impactam diretamente o custo de produção no Brasil. Importante registrar:
O problema da inflação não é a oferta de alimentos. O governo federal tenta criar a narrativa de buscar soluções, quando o problema está concentrado no seu próprio desequilíbrio fiscal, responsável por onerar os custos e por alavancar a inflação;
Não é transferindo o ônus de bancar o desequilíbrio do gasto público do governo para os produtores rurais que teremos uma comida mais barata e uma produção economicamente viável;
As medidas apresentadas pelo governo federal, nesta quinta-feira (6), são pontuais e ineficazes para efeito imediato, especialmente quando se gasta recurso interno ao zerar impostos para produtos importados, sem garantir o reforço ao apoio da produção brasileira;
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) ressalta a necessidade de iniciar as tratativas do novo Plano Safra 25/26, com a garantia de implementação total de recursos, do acesso pleno e com juros adequados aos produtores rurais brasileiros; e
Aguardamos ainda um retorno do governo federal sobre as medidas estruturantes de curto e médio prazo apresentadas pela FPA, em conjunto com o setor produtivo nacional, na última sexta-feira (28), ao Ministério da Fazenda e à Casa Civil.
Frente Parlamentar da Agropecuária"
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