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MUNDO
Congresso em Foco
04/03/2025 | Atualizado às 15h36
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou nesta terça-feira (4) que está disposto a trabalhar "sob a forte liderança de Donald Trump" para alcançar um acordo de paz com a Rússia. A declaração foi feita em seu perfil no X, poucos dias após o encontro tenso com o presidente americano na Casa Branca.
"Eu gostaria de reiterar o compromisso da Ucrânia pela paz. Nenhum de nós quer uma guerra sem fim. A Ucrânia está pronta para negociar na mesa assim que possível para nos aproximarmos de uma paz duradoura. Ninguém quer mais a paz do que os ucranianos", afirmou Zelensky.
A declaração ocorre em um momento de incerteza para Kiev. Desde sábado (1º), os recursos dos Estados Unidos para o esforço de guerra ucraniano foram interrompidos, ficando as forças armadas ucranianas à mercê da parcela recursos enviados pela União Europeia, pouco menos de dois terços do que recebiam até então.
Proposta de paz
Zelensky também detalhou algumas medidas que poderiam servir como primeiros passos em um possível acordo. "Estamos prontos para trabalhar em um fim rápido para a guerra, e os primeiros passos poderiam ser a libertação de prisioneiros e uma trégua nos céus: banimento sobre mísseis, drones de longo alcance, bombardeios em fontes energéticas e outras infraestruturas civis; e uma trégua imediata no mar, se a Rússia fizer o mesmo", afirmou.
"Queremos caminhar rapidamente para as próximas etapas e trabalhar com os EUA para aceitar um forte pacto final", acrescentou
O presidente ucraniano também reafirmou a disposição da Ucrânia em assinar um acordo bilateral com os EUA para conceder ao país norte-americano o direito à exploração mineral em seu território, tema que ficou em suspenso após o encontro. "A Ucrânia está pronta para assinar a qualquer momento e em qualquer formato conveniente. Nós vemos esse acordo como um grande passo adiante para uma termos maior segurança e garantias sólidas, e eu sinceramente espero que isso funcione de forma efetiva", concluiu.
Recuo após briga
Na nota, Zelensky também buscou amenizar o impacto do encontro com Trump na última sexta-feira (28), marcado por uma briga aberta entre os dois. O presidente ucraniano admitiu que a reunião "não ocorreu da maneira como deveria", mas enfatizou a necessidade de seguir adiante. "É lamentável que isso tenha acontecido dessa forma. É hora de fazer a coisa certa. Nós gostaríamos de tornar a cooperação futura e a comunicação construtivas", disse.
Trump é abertamente contrário à permanência dos Estados Unidos como patrocinador da Ucrânia na guerra com a Rússia, alegando desde antes de sua campanha eleitoral que o conflito é um desperdício de recursos americanos e que a guerra aconteceu por incompetência das gestões anteriores. Hoje ele busca um acordo de paz diretamente com o presidente russo Vladimir Putin, ao mesmo tempo que cobra do governo ucraniano uma compensação pelos recursos enviados desde 2022 como requisito para permanecer como garantidor da segurança do país.
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