Brasil "deplora" bloqueio de Israel à ajuda humanitária em Gaza

O Ministério das Relações Exteriores "deplorou" nesta terça-feira (4) a decisão de Israel de suspender a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza e reiterou a necessidade de um cessar-fogo imediato. Em nota, o Itamaraty afirmou que a medida agrava a crise humanitária na região e destacou a urgência de interromper os combates.

"Ao exortar à imediata reversão da medida, o Brasil recorda que Israel tem obrigação, conforme reconhecido pela Corte Internacional de Justiça em suas medidas provisórias de 2024, de garantir a prestação de serviços básicos essenciais e assistência humanitária à população de Gaza, sem impedimentos", apontou a chancelaria.

Israel e Palestina mantinham um acordo de cessar fogo dividido em duas etapas. Na primeira, iniciada em meados de janeiro e expirada no último sábado (1º), haveria uma trégua temporária para permitir a libertação de reféns e a ampliação do fluxo de ajuda humanitária na Faixa Gaza. Na segunda fase, as partes discutiriam um cessar-fogo mais amplo e duradouro.

Iniciado o prazo da segunda etapa, os dois países não chegaram a um consenso. Um esboço de acordo sigiloso foi apresentado pelos Estados Unidos, que compõem a força-tarefa de países que mediam o conflito, mas o Hamas considerou insuficientes as garantias de paz apresentadas. Em resposta, Israel interrompeu a permissão para a entrada de ajuda humanitária no país vizinho.

Além de repudiar a reação israelense, o governo brasileiro defendeu a adoção de medidas urgentes para acelerar o encerramento do conflito. "O Brasil insta as partes ao estrito cumprimento dos termos do acordo de cessar-fogo e ao engajamento nas negociações a fim de garantir cessação permanente das hostilidades, retirada das forças israelenses de Gaza, libertação de todos os reféns e estabelecimento de mecanismos robustos para ingresso de assistência humanitária desimpedida, previsível e na necessária escala", concluiu o Itamaraty.