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RELAÇÕES INSTITUCIONAIS
Congresso em Foco
28/02/2025 | Atualizado às 14h10
A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), será a nova ministra de Relações Institucionais. Gleisi foi escolhida pelo presidente Lula para coordenar a articulação política do governo, no lugar de Alexandre Padilha, deslocado para o Ministério da Saúde. De acordo com nota divulgada pelo Palácio do Planalto, a nova ministra assumirá o cargo no próximo dia 10.
Relação de confiança
Já a posse de Padilha está prevista para o próximo dia 6. O nome dele foi anunciado nesta semana, em substituição a Nísia Trindade, demitida pelo presidente. A ida de Gleisi para o Planalto também deve destravar a disputa interna pela presidência do partido. O grupo da deputada se opõe ao do ex-prefeito de Araraquara (SP) Edinho Silva, candidato que deve ter o apoio de Lula.
Lula preferiu manter a coordenação política com o PT. O líder do MDB na Câmara, Isnaldo Bulhões (AL), o líder do governo na Casa, José Guimarães (PT-CE), e o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos) eram outros nomes especulados para o cargo.
A deputada tem relação de confiança com o presidente, que foi reforçada nos cerca de 500 dias que ele passou preso em Curitiba. Moradora da cidade, ela foi considerada uma das figuras que mais mantiveram contato com ele nesse período e que mais o defenderam publicamente.
Haddad e Padilha
À frente do PT, Gleisi teve alguns desentendimentos públicos com Alexandre Padilha e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Em dezembro de 2023, o comando do partido aprovou uma resolução com críticas à política econômica e fiscal do governo. A Resolução Eleitoral do PT defendia o aumento de gastos públicos como forma de aquecer a economia e criticava a manutenção da política de austeridade do governo anterior.
"Não faz nenhum sentido, neste cenário, a pressão por arrocho fiscal exercida pelo comando do BC, rentistas e seus porta-vozes na mídia e no mercado. O Brasil precisa se libertar, urgentemente, da ditadura do BC 'independente' e do austericídio fiscal, ou não teremos como responder às necessidades do país", afirmava o documento.
Haddad reagiu em entrevista ao jornal O Globo dias depois: "Olha, é curioso ver os cards que estão sendo divulgados pelos meus críticos sobre a economia, agora por ocasião do Natal. O meu nome não aparece. O que aparece é assim: 'A inflação caiu, o emprego subiu. Viva Lula!' E o Haddad é um austericida. Então, ou está tudo errado ou está tudo certo."
Gleisi disse que o partido estava cumprindo sua função. "É um direito do partido e até um dever fazer esses alertas e esse debate, isso não tem nada de oposição ao ministro e nem a ninguém. É da nossa tradição", declarou.
Em outubro, a presidente do PT reagiu a um comentário de Alexandre Padilha. O ministro afirmou em entrevista coletiva que o partido tinha ficado no Z4 (zona de rebaixamento) nas eleições de 2024. Gleisi cobrou respeito do colega com o partido.
"O PT é o campeão nacional das eleições presidenciais, mas na minha avaliação, não saiu do Z4 [zona de rebaixamento] das eleições municipais. (...) Acho que o PT vai fazer uma avaliação sobre isso, certamente sobre esse resultado, como virar um partido com mais protagonismo, sobretudo nas grandes cidades, nas médias cidades", respondeu a deputada.
Perfil
Dona de um estilo combativo, a futura ministra das Relações Institucionais tem uma longa trajetória política, iniciada no movimento estudantil no Paraná na década de 80. Foi assessora na Câmara Municipal de Curitiba, na Assembleia Legislativa paranaense e na Câmara dos Deputados.
Ela chegou ao PT em 1989, a convite do então vereador curitibano Jorge Samek. Seu primeiro partido foi o PCdoB. Ela foi a primeira mulher a assumir cargo de diretora financeira da usina Itaipu Binacional. Em 2010, elegeu-se senadora, como a mais votado do estado. Entre 2011 e 2014, foi ministra da Casa Civil de Dilma Rousseff. No Senado, presidiu a Comissão de Assuntos Econômicos, liderou a bancada do PT e foi uma das principais defensoras de Dilma no processo de impeachment.
Em 2016, Gleisi e o seu então marido, Paulo Bernardo, viraram réus na Operação Lava Jato. Os dois foram absolvidos pelo Supremo Tribunal Federal, em 2018, das acusações de corrupção e lavagem de dinheiro.
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