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MUNDO
Congresso em Foco
25/02/2025 | Atualizado às 15h12
O Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, discursou nesta terça-feira (25) na Primeira Reunião de Sherpas do Brics, destacando a necessidade de uma governança global mais representativa e adaptada às mudanças do século XXI. O evento sucede a ampliação recente do grupo, que passou a contar com onze membros. O chanceler expôs as prioridades do Brasil na presidência do bloco.
Em sua fala, Vieira enfatizou a importância do Brics como um ator fundamental na construção de uma ordem mundial mais equitativa e inclusiva. Um mundo multipolar não é apenas uma realidade emergente é um objetivo compartilhado, afirmou, ressaltando que as instituições internacionais precisam se adaptar para garantir que os países em desenvolvimento participem ativamente da tomada de decisões globais.
A defesa da reforma das instituições de governança global, especialmente no que diz respeito ao Conselho de Segurança da ONU, é uma posição histórica do governo brasileiro, e Vieira reforçou essa necessidade, argumentando que o atual sistema enfrenta dificuldades para responder aos desafios contemporâneos. As instituições mundiais devem evoluir para acomodar perspectivas diversas, garantindo que as nações em desenvolvimento não sejam meros espectadores, mas sim arquitetos ativos do futuro, disse.
Prioridades para 2025
O chanceler abordou os desafios econômicos e geopolíticos de médio prazo para o bloco, criticando a fragmentação comercial e a adoção de políticas protecionistas em países mais ricos, dificultando o desenvolvimento dos países do Sul Global. O Brics deve resistir a essa fragmentação e advogar por um sistema de comércio multilateral aberto, justo e equilibrado, pontuou, defendendo uma ordem econômica que favoreça a equidade entre as nações.
Na área da segurança, Vieira destacou a necessidade de reformar a arquitetura global para lidar com crises humanitárias, deslocamentos forçados e instabilidades políticas. Para ele, é fundamental que o Brics defenda soluções multilaterais para conflitos e promova ações de prevenção de crises. Devemos também promover um sistema humanitário que seja isento de pressões políticas, neutro e verdadeiramente universal garantindo que a ajuda chegue a quem dela necessita sem condicionalidades ou motivações políticas, afirmou.
A reforma da governança global se insere dentro de um plano mais amplo da presidência brasileira do Brics, que prioriza a cooperação em áreas como saúde, inteligência artificial e mudanças climáticas. Vieira destacou que o bloco deve impulsionar o financiamento para ações de mitigação e adaptação climática nos países em desenvolvimento.
A justiça climática deve estar no centro das discussões internacionais, garantindo que as nações em desenvolvimento tenham tanto a autonomia quanto os recursos necessários para realizar a transição rumo a economias de baixo carbono, sem abrir mão de seus objetivos de desenvolvimento, argumentou.
A presidência brasileira do Brics também pretende avançar na facilitação do comércio entre os membros do bloco, com ênfase no uso de moedas locais para reduzir custos e fortalecer os laços econômicos entre as nações participantes. Essa questão enfrenta especial resistência do governo americano, onde o presidente Donald Trump anunciou anteriormente que reagiria com novas tarifas.
Governança da IA
Outro tema abordado pelo chanceler foi a necessidade de uma governança global inclusiva e transparente para a Inteligência Artificial. Ele alertou para os riscos do controle da tecnologia por um número reduzido de países e defendeu que o Brics participe ativamente da definição de regras internacionais para o setor. A governança global de IA deve ser inclusiva e democrática, além de contribuir para o desenvolvimento econômico. Ela não pode ser ditada por um pequeno grupo de atores enquanto o restante do mundo é forçado a se adaptar a regras que não ajudou a estabelecer, destacou.
A reunião de Sherpas marca o início dos preparativos para a cúpula de líderes do Brics, prevista para julho, no Rio de Janeiro.
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