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ACUSAÇÃO DE ASSÉDIO
Congresso em Foco
24/02/2025 | Atualizado às 17h21
A ministra Anielle Franco (Igualdade Racial) rebateu nesta segunda-feira (24) uma entrevista concedida pelo ex-ministro Silvio Almeida ao portal Uol, onde ele nega as acusações de assédio que resultaram na sua demissão. Em publicação em redes sociais, a ministra diz que Silvio adota uma "estratégia repulsiva" ao "insinuar retaliações descabidas contra quem denuncia".
O caso veio à tona em setembro de 2024, quando Silvio Almeida foi acusado de assédio por diversas mulheres, incluindo a ministra Anielle Franco. As denúncias foram reveladas pela ONG Me Too Brasil e, depois, confirmadas pela própria Anielle. A ministra relata ter sido alvo de comentários sexistas e toques físicos não consentidos.
Na entrevista, Silvio nega ter cometido assédio. Com relação à reunião onde ele teria feito toques inapropriados, ele diz que isso seria impossível: "Imagine uma reunião em que estão dois ministros. Eu, sentado, na lateral da mesa; a ministra sentada na ponta, outras pessoas sentadas, o presidente da Anac [Agência Nacional de Aviação Civil], e logo na minha frente o diretor geral da Polícia Federal. Eu passaria a mão nas pernas de uma ministra numa reunião na frente do diretor geral da PF? Isso é um descalabro".
O ex-ministro também diz que Anielle "se perdeu num personagem" e "para tentar me desgastar, ela participou desse espalhamento de fofocas e intrigas sobre mim".
Nota da ministra
A ministra Anielle Franco, em nota, qualificou como "inaceitável" a "tentativa de descredibilizar vítimas de assédio sexual, minimizar suas dores e transformar relatos graves em 'fofocas' e 'brigas políticas'". Segundo ela, Silvio insinua "retaliações descabidas contra quem denuncia" - na entrevista, o ex-ministro havia afirmado que aqueles que o acusam seriam responsabilizados.
Anielle diz que isso "é uma estratégia repulsiva".
A publicação também lembra que Silvio foi chamado para depor sobre o caso à Polícia Federal em oitiva agendada para a terça-feira (25). Os relatos de assédio são investigados em inquérito que tramita no STF.
Leia a íntegra da nota da ministra abaixo:
"A tentativa de descredibilizar vítimas de assédio sexual, minimizar suas dores e transformar relatos graves em "fofocas" e "brigas políticas" é inaceitável.
Na véspera de prestar depoimento à Polícia Federal como investigado, o acusado escolheu utilizar um espaço público para atacar e desqualificar as denúncias, adotando uma postura que perpetua o ciclo de violência e intimida outras vítimas.
O direito à defesa é assegurado, mas não pode ser usado como instrumento de desinformação e revitimização. Insinuar retaliações descabidas contra quem denuncia é uma estratégia repulsiva que reforça estruturas de silenciamento e impunidade.
Importunação sexual não é questão política, é crime. Sendo assim, reitero minha confiança na seriedade das investigações conduzidas pela Polícia Federal e reforço meu compromisso com a defesa das vítimas e o combate à violência de gênero e raça.
Ministra da Igualdade Racial - Anielle Franco".
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