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Trama golpista
Congresso em Foco
19/02/2025 | Atualizado às 21h38
Em delação premiada, o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, afirmou que o coronel Marcelo Câmara monitorou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes a pedido do ex-presidente. O magistrado foi monitorado entre 12 e 19 de dezembro de 2022, quando estava em São Paulo para evento familiar.
O tenente-coronel assegurou que "foi o próprio presidente da República, Jair Bolsonaro, quem pediu para verificar a posição, a localização do ministro". Mauro Cid, por sua vez, encaminhou a referida demanda a Marcelo Câmara. O nome do coronel foi escolhido pelo ex-presidente, uma vez que ele já era encarregado de fazer análises e levantamentos.
Segundo a delação de Cid, um dos motivos para o monitoramento de Alexandre de Moraes foi o fato de Bolsonaro ter recebido informação de que o então vice-presidente, Hamilton Mourão (Republicanos-RS), estaria em São Paulo nas mesmas datas que o ministro. Ele queria confirmar a veracidade da informação, conforme o ex-ajudante de ordens, por medo de ambos estarem se encontrando secretamente.
Outros motivos para a espionagem do magistrado, porém, não foram compartilhados com Cid, de acordo com a delação. O tenente-coronel não soube responder às autoridades como Marcelo Câmara teve acesso às informações, uma vez que são dados restritos, não disponíveis em redes abertas. Outra informação delatada por Cid é que Bolsonaro demandou o monitoramento apenas de Alexandre de Moraes.
Nas mensagens trocadas por Mauro Cid e Marcelo Câmara, ambos se referiam ao ministro como "professora". Em delação, Cid também reclamou de Bolsonaro ter ficado milionário, enquanto ele perdeu tudo, ficou enclausurado e engordou 10 quilos.
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou, nesta quarta-feira (19), a derrubada do sigilo da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. A colaboração foi firmada em 2024 com a Polícia Federal e envolve investigações sobre tentativa de golpe de Estado, fraude nos cartões de vacinação e a venda de joias recebidas por Bolsonaro.
Além de tornar público o conteúdo da delação, Moraes também abriu prazo de 15 dias para que os 34 denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentem suas defesas. A PGR denunciou Bolsonaro e aliados sob a acusação de integrar uma organização criminosa que tentou minar a democracia brasileira. Entre os denunciados estão o general Braga Netto, ex-ministro da Defesa, e o próprio Mauro Cid, que fechou acordo para reduzir sua pena.
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