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INFRAESTRUTURA
Assalto na bomba? Setor de combustíveis rebate fala de Lula
Em evento da Petrobras, presidente sugeriu que empresa venda combustível diretamente para grandes consumidores.
Congresso em Foco
18/02/2025 | Atualizado às 13h08
A declaração do presidente Lula, acusando intermediários de "assaltar" a população com os preços dos combustíveis, foi veementemente refutada pela Fecombustíveis e pela Frente Parlamentar do Biodiesel. Em evento da Petrobras, Lula sugeriu a venda direta de combustíveis a grandes consumidores para baratear os preços, principalmente do diesel. Essa sugestão foi interpretada pelo mercado como um recado direto às duas maiores distribuidoras do país: a Vibra Energia (sucessora da BR Distribuidora) e a Raízen (joint venture entre Cosan e Shell).
A Fecombustíveis argumenta que a complexidade da cadeia de distribuição e a alta carga tributária (PIS/Cofins, Cide e ICMS, com recentes aumentos em fevereiro de 2025) são pouco compreendidas. A entidade, que representa cerca de 45 mil postos de combustíveis, destaca a influência desses impostos nos preços finais.
A Frente Parlamentar do Biodiesel contestou a afirmação de Lula de que o biodiesel encarece os alimentos, atribuindo a alta dos preços a fatores como a taxa de câmbio, a quebra de safra de soja e o aumento do preço do óleo de palma.
Lula atribuiu a culpa pelo recente aumento nos preços da gasolina e do diesel a tributos e empresas, isentando o governo federal de responsabilidade e incentivando a população a "xingar" os responsáveis pelos aumentos. Apesar do aumento ter superado o reajuste do ICMS em fevereiro, atingindo o maior valor desde 2022, o presidente continua a apontar o imposto como parcialmente culpado pela alta.
Em evento da Petrobras em Angra dos Reis (RJ), nessa segunda-feira (17), Lula declarou:
"Sobretudo, o óleo diesel, precisamos vender para os grandes consumidores direto para poder baratear. Se puder comprar direto, para que a gente possa baratear o preço do diesel, se a gente puder vender direto a gasolina, o gás. Porque o povo, no fundo, no fundo, é assaltado pelo intermediário. E a fama fica para o governo". Ele também disse: "É importante informar a população disso, para o povo saber quem xingar na hora que o preço aumenta, para o povo saber quem é o filho da mãe disso".
Cadeia complexa
A Fecombustíveis afirma que a complexidade da cadeia é pouco compreendida, tanto pela população quanto pelos governantes. A entidade, que reúne 34 sindicatos patronais e representa os interesses de cerca de 45 mil postos de combustíveis no país, argumenta que a composição de preços inclui impostos federais significativos (PIS/Cofins, Cide e ICMS), com recentes aumentos do ICMS em fevereiro de 2025 (R$ 0,10/litro na gasolina e etanol; R$ 0,06/litro no diesel e biodiesel).
A Fecombustíveis também afirmou: "Recentemente, a Petrobras também aumentou em R$ 0,22 o preço do litro do diesel para as distribuidoras", e acrescentou: "Esta Federação entende ser imprescindível manter a sociedade informada para que a revenda não seja responsabilizada pelos altos custos dos combustíveis no país".
Frente parlamentar
Em comunicado, a Frente Parlamentar do Biodiesel negou que o biodiesel seja responsável pelo encarecimento dos alimentos, contrariando a afirmação do presidente.
A frente argumentou: "O que aumenta o valor da comida em nossas mesas são outros fatores, como a taxa câmbio (preço do dólar), a quebra da safra de soja no ano passado (matéria prima do óleo de soja) e o aumento do preço do óleo de palma no exterior." E ainda acrescentou: "Os insumos ficaram mais caros, o que levou o país a importar mais óleo de soja no ano passado. É evidente, portanto, que não é o biodiesel que encarece os alimentos, mas a escassez de óleos no mercado".
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