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TEMOR ELEITORAL
Kakay critica isolamento de Lula e defende Haddad como sucessor
Aliado de longa data do presidente Lula publicou uma carta criticando seu isolamento diante de outras lideranças políticas e os sinais de desinteresse na articulação.
Congresso em Foco
17/02/2025 | Atualizado às 14h51
O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, ou Kakay, divulgou a aliados uma carta em que faz um diagnóstico crítico do terceiro mandato do presidente Lula. No documento, ele alega que Lula está "isolado", "capturado" e que "não faz política". O texto foi escrito em meio à crise de popularidade do governo, que enfrenta seu pior momento de acordo com o Instituto Datafolha.
Na carta, Kakay expressa sua preocupação com o distanciamento do presidente em relação a aliados e amigos próximos. "O Lula do terceiro mandato, por circunstâncias diversas, políticas e principalmente pessoais, é outro. Não faz política. Está isolado. Capturado. Não tem ao seu lado pessoas com capacidade de falar o que ele teria que ouvir. Não recebe mais os velhos amigos políticos e perdeu o que tinha de melhor: sua inigualável capacidade de seduzir, de ouvir, de olhar a cena política", escreveu o advogado.
Kakay relembrou o histórico de proximidade e pragmatismo na relação entre Lula e seus aliados. Essa marca, em sua avaliação, se perdeu. "Outro dia alguns políticos me confidenciaram que não conseguem falar com o Presidente. É outro Lula que está governando", disse.
Receio sobre 2026
A preocupação central da carta de Kakay é com a eleição presidencial de 2026. Ele relembrou o desafio que foram as eleições de 2022, quando o presidente Lula alcançou uma vitória que, ao seu ver, só foi possível exatamente graças à soma entre resultados negativos colhidos por Bolsonaro e capacidade do líder petista em reunir múltiplas forças políticas ao redor de um objetivo comum, bem como de colocar a força da coalizão acima de suas opiniões pessoais. Ele teme que Lula não seja capaz de replicar essas condições no próximo pleito.
"Com a extrema-direita crescendo no mundo e, evidentemente, aqui no Brasil, o quadro é muito preocupante. Sem termos o Lula que conhecíamos como presidente e sem ele ter um grupo que ele tinha ao seu redor, corremos o risco do que parecia impossível: perdermos as eleições em 2026. Bolsonaro só perdeu porque era um inepto. (...) Perder uma reeleição é muito difícil, mas o Lula está se esforçando muito para perder. E não duvidem dele, ele vai conseguir", afirmou Kakay.
Elogios a Haddad
A falta de um grupo político organizado ao redor do presidente Lula também preocupa o advogado diante da ausência de um sucessor natural. Kakay avalia que o presidente não formou uma base de apoio sólida e que hoje está "preso à memória do seu passado".
"O 'grupo' do Lula a gente sabe quem é. E certamente não vai tirá-lo do isolamento. Ele hoje é um político preso à memória do seu passado. E isolado. Quero acreditar na capacidade de se reencontrar. Quem se refez depois de 580 dias preso injustamente, pode quase tudo", escreveu.
O advogado, no entanto, demonstra otimismo em relação ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a quem ele descreve como um nome preparado e pronto para assumir sua sucessão. "Nós temos o Haddad, o mais fenomenal político desta geração em termos de preparo. Um gênio. Preparado e pronto para assumir seu papel", afirmou.
No último mês de janeiro, Haddad negou o interesse de disputar a presidência da república ou qualquer outro cargo em 2026. A mesma declaração, porém, foi feita em 2021 por Geraldo Alckmin quando foi cogitado como vice na chapa com Lula.
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