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Meio Ambiente
Congresso em Foco
14/2/2025 | Atualizado às 19:49
De acordo com o coordenador da bancada na Câmara dos Deputados, Nilto Tatto (PT-SP), a decisão sobre a Margem Equatorial não deve ser tratada como um entrave burocrático, mas como uma questão ambiental complexa que precisa ser analisada com responsabilidade. "Eu acredito e confio muito na análise técnica que o Ibama está fazendo. Se nesta análise eles chegarem à conclusão de que é possível fazer as pesquisas, é evidente que o farão", disse ao Congresso em Foco.
A declaração foi feita após o presidente Lula, em entrevista à Rádio Diário FM, reclamar da demora do Ibama em autorizar as buscas, chegando a expor sua impressão de que o órgão estaria agindo "contra o governo". A Petrobras busca a permissão para a liberação das perfurações desde 2023, e o chefe do governo se pronunciou em diversos momentos em defesa da demanda da estatal e cobrando agilidade no processo de licenciamento.
Frustração do governo
Apesar de reconhecer as manifestações de pressa por parte do presidente Lula, Nilto Tatto avalia que a questão não chega a configurar uma disputa direta entre governo e Ibama. A posição de Lula, ao seu ver, é reflexo de uma frustração. "Ele expressa aquilo que todo empreendedor reclama, que é a morosidade da análise para dizer sim ou não ao licenciamento", ponderou.
Por outro lado, ele ressalta que, em muitos casos, a morosidade se deve exatamente à falta de resposta do próprio empreendedor às demandas para que a obra seja autorizada. Este foi o motivo alegado pelo Ibama nas negativas anteriores, apontando para a falta de uma oferta de infraestrutura adequada por parte da Petrobras para atender possíveis emergências na região, onde há intensa instabilidade geológica e meteorológica.
Uma nova proposta foi apresentada em dezembro, desta vez incluindo uma base de apoio, prevista para ficar pronta em março, a 170km da área de exploração.
Futuro do Amapá
Enquanto lideranças políticas do Amapá, defendem que a exploração traria benefícios econômicos ao estado, a Frente Parlamentar Ambientalista questiona essa promessa. Tatto argumenta que os royalties do petróleo não garantem desenvolvimento e que há alternativas mais eficazes e sustentáveis para a região.
"Achar que esses recursos vão desenvolver o Estado é uma balela. Isso não acontece em lugar nenhum", declarou o parlamentar. Ele sugere um modelo de crescimento baseado em energia renovável, biodiversidade e agricultura familiar, evitando os impactos negativos que a exploração petrolífera pode trazer.
"Para o desenvolvimento do Amapá, o desafio é investir em alternativas econômicas sustentáveis. Não dá para depender de um setor que pode concentrar renda nas mãos de poucos e manter a população na mesma situação de sempre", enfatizou o deputado.
Ele também alerta que, mesmo que a exploração avance, os recursos precisam ser bem aplicados para gerar impacto real na região. "Se for explorar e houver essa riqueza, depende para onde forem aplicados os recursos. Mas quem imagina que a exploração do petróleo é a solução para o desenvolvimento regional está enganado, porque isso não está garantido", afirmou.
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