[fotografo]Tânia Rêgo/Agência Brasil[/fotografo]
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (
Anvisa) autorizou nesta sexta-feira (23) a importação de 6 milhões de doses da vacina
Coronavac, fabricada pela farmacêutica chinesa Sinovac Biotech. A solicitação foi feita pelo Instituto Butantan para importação, em caráter excepcional, da vacina, que está na fase 3 de estudo clínico e ainda sem registro no Brasil. As doses são destinadas à finalização de testes pelo instituto localizado em São Paulo.
Na quinta-feira (22), o diretor-geral do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou à colunista Monica Bergamo que a Anvisa estava retardando a autorização para a importação da matéria-prima da farmacêutica Sinovac, o que dificulta a fabricação da vacina chinesa no Brasil. A Anvisa alegou que a autorização seria decidida em até cinco dias.
Além das 6 milhões de doses do imunizante CoronaVac já prontas, o Butantan pretende fabricar no Brasil, até dezembro, mais 40 milhões de doses a partir da matéria-prima que chegará da China.
A decisão foi tomada por unanimidade pela diretoria colegiada da Anvisa, tendo sido relatada pelo diretor-presidente
Antonio Barra Torres. "Na importação em caráter excepcional de produto sem registro é de responsabilidade do importador garantir a eficácia, segurança e qualidade do produto, inclusive o monitoramento do seu uso e o exercício da farmacovigilância. Adicionalmente, a utilização do produto ficará condicionada à obtenção de seu registro sanitário junto à Anvisa", reforça a agência.
Veja o voto do relator.
Esta semana,
Jair Bolsonaro afirmou que
não vai comprar a vacina CoronaVac. Bolsonaro se irritou após Pazuello ter anunciado na terça-feira (21) que seria publicada uma medida provisória para
garantir R$ 1,9 bilhão para a compra da vacina chinesa. O presidente, que defende o uso da cloroquina e outros remédios sem eficácia comprovada contra a covid-19, afirmou que não permitirá que brasileiros sejam "cobaias" de testes chineses.
> Bolsonaro desautoriza Pazuello e diz que não comprará vacina chinesa
Depois do desconforto com Pazuello, Bolsonaro visitou o ministro em tentativa de minimizar as divergências entre eles. O general está isolado após ter sido diagnosticado com
covid-19 na tarde de ontem.
O episódio foi mais um a revelar o conflito entre Bolsonaro e o governador de São Paulo,
João Doria (PSDB), pré-candidato à Presidência em 2022. O protagonismo que Doria assumiria com a vacina desenvolvida pelo governo de São Paulo é vista, nos bastidores, como um dos motivos para a irritação de Bolsonaro.
Em
live na noite de ontem, depois de ter visitado Pazuello, Bolsonaro disse não mandar na Anvisa, mas pontuou que a agência não iria "correr" para aprovar a vacina.
> Recusa de Bolsonaro à vacina chinesa repercute no mundo
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