O ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia (PTB), foi intimado pela Polícia Federal a explicar transações de uma de suas empresas, a Samos Participacões Ltda., com o empresário Marcos Valério. Reportagem publicada na edição desta semana da Istoé mostra que, em 2002, Mares Guia sacou R$ 507.134 da conta da Samos e depositou na conta de Valério, para pagar dívidas do então candidato a senador Eduardo Azeredo (PSDB). Mares Guia é o primeiro integrante do primeiro escalão do governo Lula a ser associado a esquemas financeiros do empresário Marcos Valério.
O ministro alegou ontem que não sabia que o dinheiro havia sido depositado em conta de Valério. A revista já havia abordado o assunto em reportagem publicada em outubro do ano passado. Desta vez, no entanto, ela mostrou o comprovante do depósito feito pela Samos. Na época, o ministro disse que havia feito o pagamento de dívida a pedido de seu amigo pessoal, o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG). O tucano confirmou a versão.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, no entanto, Mares Guia negou depois que tivesse feito o depósito diretamente na conta do operador do mensalão. "A única coisa que eu fiz foi tirar R$ 500 mil, porque eu sou amigo dele, o Eduardo é um homem de bem. Na dificuldade que ele estava, ele me pediu uma ajuda. "E completou: "Ele (Azeredo) me falou que tinha uma dívida com o Cláudio Mourão (tesoureiro da campanha de Azeredo ao governo de Minas em 1998), que ele estava cobrando dele um dinheiro". O ministro também assegurou que não tinha conhecimento da participação de Valério na operação.