Cozinheiros receberão R$ 21 mil para trabalhar três dias por semana na casa de Marilisa Boehm. Foto: Divulgação/PL
A última edição do Diário Oficial do governo de
Santa Catarina, publicada na quarta-feira (5), prevê a contratação de novos funcionários para cozinhar as refeições da vice-governadora Marilisa Boehm, do
PL, em sua residência oficial. A equipe de cinco pessoas conta com um cozinheiro que receberá um salário mensal superior a R$ 21 mil para trabalhar três dias por semana.
Os salários dos demais membros da equipe também chamam a atenção: dois serventes, que deverão trabalhar de segunda a sexta em jornadas completas, receberão R$ 9 mil ao mês cada um. Um segundo cozinheiro, com a mesma jornada, receberá R$ 11 mil. Também foi contratado um zelador, que receberá mais de R$ 10 mil, também para trabalhar no mesmo período.
Um professor ganha R$ 5 mil
Todos os salários da equipe de cozinha da vice-governadora superam os de diversas categorias do serviço público catarinense. Desde agosto de 2021, professores da rede pública de educação de Santa Catarina recebem R$ 5 mil ao mês pela jornada de 40h semanais, metade do que será pago ao zelador. O salário do cozinheiro principal já se aproxima do próprio subsídio da governadora, que recebe pouco mais de R$ 25 mil ao mês.
O contrato, com assinatura de Marilisa Boehm, tem previsão de vigência de seis meses, com valor total de mais de R$ 362 mil. A contratação é terceirizada, com a empresa Orbenk, sediada em Joinville, uma das três cidades que formam a base eleitoral do governador
Jorginho Mello, junto a Blumenau e Florianópolis.
O
Congresso em Foco contactou o governo de Santa Catarina solicitando esclarecimentos sobre a contratação. O governo afirma que:
"Foi realizado um processo de contratação emergencial por 180 dias para prestação de serviços terceirizados na residência oficial da vice-governança, enquanto está em andamento o processo licitatório conduzido pela Secretaria de Estado da Administração, pois a empresa anterior não estava cumprindo com o pagamento dos funcionários e não mantinha suas condições de habilitação para a prorrogação do contrato.
Este novo contrato resultou em uma economia de 29,5% para os cofres públicos, pois houve uma diminuição de 10 postos de serviço para 05 postos de serviço, totalizando uma redução de custos no montante de R$ 151.685,76 para o período de contratação".
O gabinete também alega que "os valores citados dizem respeito ao custo de cada posto de serviço e não de salários individuais. Os valores correspondem aos salários, aos custos de natureza previdenciária, fiscal, trabalhista e demais encargos, além dos honorários dos prestadores de serviço"