Presidente da República, Jair Bolsonaro acompanhado do Ministro de Estado do Meio Ambiente, Ricardo Aquino Salles [fotografo]Marcos Corrêa/PR[/fotografo]
Parlamentares brasileiros estão em Madri para da
25ª edição da Conferência do Clima (COP-25). No evento participaram cerca de 29 mil pessoas representantes de 200 países. Tendo como objetivo acelerar o combate às mudanças climáticas e colocar em prática o Acordo de Paris, o encontro contará com fortes críticas à gestão ambiental do governo Bolsonaro. Presidindo a Frente Parlamentar Ambientalista da Câmara dos Deputados do Brasil, o deputado federal
Nilto Tatto (PT-SP) dá o tom do que deve ser apresentado no evento. "O presidente
Jair Bolsonaro é a ponta de lança de uma estratégia devastadora para o meio ambiente e vergonhosa para um país que vive o desmonte de políticas de Estado que vinham sendo fortalecidas há mais de 40 anos, sobrevivendo a governos das mais diversas correntes ideológicas e avançando fortemente na última década", destacou o deputado na ida para a COP.
Tatto ressalta os ataques que o presidente Bolsonaro tem feito contra as
organizações não governamentais (ONGs) que atuam na área ambiental. "O desmonte das estruturas de fiscalização e fragilização dos órgãos de promoção de políticas ambientais desde os primeiros dias do governo Bolsonaro, a desqualificação de dados técnicos e científicos, difusão da desinformação e notícias de teor duvidoso para confundir a opinião pública, defesa da soberania de forma distorcida, e a criminalização de movimentos ambientalistas, em especial as ONGs, classificando-os como inimigos nacionais é algo típico da retórica bolsonarista", enfatiza
Nilto Tatto, também Secretário Nacional de Meio Ambiente e Desenvolvimento do Partido dos Trabalhadores.
Rodrigo Agostinho (PSB-SP) é um dos coordenadores da delegação brasileira, o deputado vai participar de debates e painéis com especialistas do mundo todo. Na avaliação do parlamentar, a principal questão a ser definida no evento é a forma de cumprimento das metas de redução da emissão dos gases de efeito estufa.
Agostinho destaca a importância mundial da Conferência e lamenta que os Estados Unidos tenham retirado seu apoio ao Acordo de Paris, que propõe medidas para diminuir o
aquecimento global, e também que o governo brasileiro não tenha uma agenda pública no evento, mas pondera que a população tem pressionado o governo a adotar ações concretas para proteger o meio ambiente.
O presidente do Senado,
Davi Alcolumbre (DEM-AP) se reuniu nesta segunda com
os governadores da Amazônia Legal, em Madri, onde foi elaborado um documento que, segundo ele, "ratificará os compromissos brasileiros para área ambiental, em especial na região amazônica", conforme publicou nas redes sociais. O ministro Ricardo Salles, que participou do encontro, subscreverá o documento segundo Alcolumbre.
Na manhã desta segunda os parlamentares tiveram uma reunião entre líderes municipais, estaduais e congressistas para fechar alianças em torno de uma pauta climática. Segundo anúncio do senador
Randolfe Rodrigues, foi debatido estratégias durante a mesa Um Diálogo Sobre Ambição Climática. Além de Randolfe, a Rede contou com a deputada Joenia Wapichana, o senador
Fabiano Contarato e a ex-ministra do Meio Ambienta, Marina Silva, candidata à presidência nas últimas eleições e uma das fundadoras do partido.
Para esta noite está programado um debate sobre os "Olhares da Política Brasileira", organizado pela Rede de Ação Política pela Sustentabilidade - RAPS. Além de Randolfe, estarão presentes a prefeita de São Bento do Una (PE), Débora Almeida e o deputado Rodrigo Agostinho. A mediação será da Mônica Sodré, Diretora Executiva da RAPS. O evento está previsto para começar às 18h e será realizado no Brazil Climante Action Hub.
O dia se encerrará em um encontro com a NWF (National Wildlife Federation), criada em 1936 e atualmente a maior organização ambientalista dos EUA. A pauta será a conservação da Amazônia com lideranças locais, nacionais e internacionais.
O encontro estava previsto inicialmente para Santiago, no Chile, mas foi transferido em virtude da onda de protesto que tomava o país. Com a mudança, algumas organizações e representantes brasileiros optaram por não ir à conferência por conta dos maiores gastos e da distância, sobretudo por não terem respaldo e auxílio do governo.
> Brasil cai uma posição no ranking de desenvolvimento humano da ONU