O relatório do Cimi aponta que na terra indígena Munduruki, no sudeste do Pará, por exemplo, existem mais de 500 garimpeiros ilegais poluindo os rios, desmatando e levando perigo para as vidas dos indígenas e ambientalistas que atuam na região.
O número de indígenas assassinados também cresceu durante a gestão Bolsonaro, foram 135 casos de janeiro a setembro, contra 110 em 2018. Isso significa um aumento de 22%.
Em 11 anos, nunca se matou
tantas lideranças indígenas como em 2019. Até o início de dezembro do ano passado foram sete lideranças mortas por fazendeiros e madeireiros ilegais.
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No último dia 31, o presidente Jair Bolsonaro, mais uma vez, foi à público atacar os povos indígenas e uma das mais importantes entidades do setor. As
palavras do presidente acenderam o alerta
Vermelho dentro do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), pois, segundo o secretário executivo do Cimi, Antônio Eduardo Cerqueira de Oliveira a "fala do presidente foi muito desrespeitosa e ao mesmo tempo ela contribui para todo esse processo de violência contra os defensores dos direitos humanos no Brasil".
"A gente responsabiliza o governo federal, na pessoa do
presidente Jair Bolsonaro, por qualquer dano que venha a ser causado aos missionários do Cimi", disse Antônio Eduardo em entrevista ao
Congresso em Foco no início de fevereiro.
O pensamento de Eduardo e de Ângela vai de encontro com o que diz uma das maiores lideranças indígenas do país,
Sônia Guajajara. "O presidente deveria cumprir a Constituição Federal e garantir a proteção às nossas vidas e ao meio ambiente. Infelizmente o que vemos é o contrário, um comportamento que não condiz com o de um presidente", afirmou a liderança em vídeo publicado recentemente na internet.
As ONGs internacionais que fazem o mapeamento de assassinatos de ambientalistas ainda não lançaram o relatório referente a 2019.
Ataques de Bolsonaro em 2020
No último dia 13, o presidente
Jair Bolsonaro atacou o Greenpeace, organização internacional não governamental que defende o meio ambiente. "Quem é essa porcaria chamada Greenpeace? Isso é um lixo!", afirmou na saída do Palácio da Alvorada.
O
Greenpeace publicou uma nota em resposta aos ataques feitos pelo presidente, na saída da residência oficial. A organização afirma que o chefe do executivo desconhece a história da ONG , que está presente em 55 países e possui uma trajetória de 28 anos, no Brasil. A entidade afirmou também que a postura do mandatário não condiz como seu cargo.
O presidente também atacou, no último dia 31, organizações não governamentais, em especial as que cuidam dos
povos indígenas. No final da transmissão que fez em frente ao Palácio do Alvorada, o mandatário disse que as
questões indigenistas atrasam o país e disse que o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) presta um desserviço para o Brasil.
O Cimi é um organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Criado em 1972, no auge da Ditadura Militar, a instituição visa lutar pelos direitos dos povos indígenas.
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