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31/03/2021 | Atualizado às 16h19
No Congresso Nacional, que foi fechado por três vezes pelos generais da ditadura, ao menos três parlamentares deram apoio público ao golpe. Filho do presidente e deputado federal, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) também disse que o golpe "ocorreu dentro da lei, com apoio da população e garantiu um Brasil livre". Para o parlamentar, os louros deveriam se manter com as Forças Armadas, "embora a história [seja] contada pelos mesmos bandidos da esquerda." Outro a aludir a data de maneira positiva foi o deputado Otoni de Paula (PSC-RJ), que chamou o dia 31 de março como "Dia de Relembrar os Heróis da Pátria.". Já Guiga Peixoto (PSL-SP) buscou argumento na luta contra o comunismo para justificar a quebra da democracia. "Talvez hoje, seríamos uma Venezuela piorada.", escreveu A manifestação, no entanto, ficou restrita a este núcleo duro do governo de Jair Bolsonaro, que ganhou há duas semanas o direito de comemorar o golpe militar. Nem mesmo nomes expressivos do bolsonarismo, como o ex-ministro Abraham Weintraub, a presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, Bia Kicis (PSL-DF) e o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) se manifestaram sobre a data. Para os políticos eleitos que lembraram a data, o tom adotado foi de que não há nada a se comemorar. "Hoje faz 57 anos que o Brasil vivenciou o golpe de 64 e o início de uma ditadura militar cruel", escreveu o líder do PCdoB, Renildo Calheiros (AL). "Essa tragédia manchou a história nacional com perseguições, mortes e sepultamento de liberdades" Já o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) ressaltou que a data passa por uma sobrevida no governo de Jair Bolsonaro. "Vamos nos lembrar da data de hoje para que ela nunca mais volte a acontecer no país. Liberdade e democracia, sempre", anotou.Neste dia, há 57 anos, a população brasileira, com apoio das Forças Armadas, impediu que o Movimento Comunista Internacional fincasse suas tenazes no Brasil. Força e Honra!
📸FGV/CPDOC pic.twitter.com/j1SmtHwd93 - General Hamilton Mourão (@GeneralMourao) March 31, 2021
O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) também se manifestou contra a possibilidade de celebrar tal data.É muito sintomático que membros deste governo tentem reinterpretar os fatos históricos para dar um verniz democrático a um golpe de Estado. É aí que eles revelam o ódio que sentem do regime democrático e das liberdades.
- Rodrigo Maia (@RodrigoMaia) March 31, 2021
O repúdio à data contou com apoio público de dois ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Gilmar Mendes disse que o 31 de março "não comporta a exaltação de um golpe que lançou o país em anos de uma ditadura violenta e autoritária". Luís Roberto Barroso, que preside o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), também defendeu a democracia. "Apesar da crise dos últimos anos, o período democrático trouxe muito mais progresso social que a ditadura, com o maior aumento de IDH da América Latina", escreveu. > Na CCJ, oposição critica golpe de 64, cobra Bia Kicis e adia votações > Oposição pede impeachment de Bolsonaro por "cooptação" das Forças ArmadasO Golpe de 1º de abril de 1964 faz parte da História, assim como muitas outras infâmias, a exemplo dos horrores da 2ª Guerra Mundial. A História das misérias humanas deve servir como advertência para que não repitamos os mesmos erros, jamais para celebração! #DitaduraNuncaMais
- Fabiano Contarato (@ContaratoSenado) March 31, 2021
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