Flávio Bolsonaro diz que cabe a ex-assessor esclarecer movimentações financeiras. Queiroz não se pronunciou após divulgação de relatório do Coaf[fotografo]Tânia Rêgo/ABr[/fotografo]
Em nota lida no Jornal Nacional na noite de sábado (5), a Globo informou que vai recorrer de decisão que a impediu de divulgar qualquer documento das investigações sobre o senador
Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). O filho do presidente
Jair Bolsonaro é alvo de investigação do Ministério Público do Rio de Janeiro pelo esquema de "rachadinha" na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), quando era deputado estadual.
A decisão foi tomada pela juíza Cristina Serra Feijó, da 33ª Vara Cível do Rio de Janeiro, a pedido da defesa de Flávio Bolsonaro, que argumentou que o caso corre em segredo de Justiça.
No Facebook, o filho do presidente comemorou a decisão e disse que não tem nada a esconder. "Acabo de ganhar liminar impedindo a #globolixo de publicar qualquer documento do meu procedimento sigiloso. Na~o tenho nada a esconder e expliquei tudo nos autos, mas as narrativas que parte da imprensa inventa para desgatar minha imagem e a do Presidente Jair Messias Bolsonaro sa~o criminosas", escreveu o senador.
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"A Globo respeita ordens judiciais mas lamenta este cerceamento da liberdade de informação, uma vez que a investigação em questão é de interesse de toda a sociedade. A Globo recorrerá da decisão assim que for notificada", informou a emissora.
Entenda o caso
Em julho de 2018, um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou movimentação financeira atípica de R$ 1,2 milhão do então assessor
Fabrício Queiroz, que trabalhava no gabinete de Flávio.
Amigo do presidente, Queiroz era considerado o principal operador do esquema onde assessores devolvem parte do salário ao parlamentar, a chamada "rachadinha". A suspeita é que a prática configure crime de lavagem de dinheiro, que uniria atividades consideradas suspeitas de Flávio não apenas dentro do gabinete, mas também na compra e venda de imóveis com dinheiro vivo e na operação de uma franquia de loja de chocolate na capital fluminense.
Nesta semana, o Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (GAECC) do Ministério Público do Rio (MPRJ) divulgou nota informando que concluiu as investigações e encaminhou o caso ao procurador-geral de Justiça do estado, Eduardo Gussem.
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