Deputada Natalia Bonavides (PT-RN) [fotografo] Agência Câmara [/fotografo]
A deputada
Natália Bonavides (PT/RN) apresentou um requerimento de criação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na
Câmara dos Deputados para investigar as denúncias sobre o uso da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) para atender a interesses particulares do senador
Flávio Bolsonaro (Republicanos/RJ), filho do presidente da República,
Jair Bolsonaro.
O caso se tornou público após uma reportagem da revista Época que mostrou o uso da Abin para livrar o senador Flávio de investigações no Caso Queiroz por exercer a atividade ilegal de "rachadinhas" no seu gabinete quando era deputado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
Natália Bonavides também prepara um pedido de afastamento do diretor-geral da Abin,
Alexandre Ramagem, do cargo. Rede e PSB fizeram o mesmo pedido para facilitar a investigação do caso. O pedido de CPI vai ser apreciado pela mesa da Casa. Confira a íntegra do documento:
A Abin se manifestou sobre o tema. Em nota, ela disse que "a imputac¸a~o por qualquer pessoa de vinculac¸a~o dos supostos relato´rios a` ABIN ou ao Diretor-Geral e´ equivocada ou deliberadamente realizada com objetivo de desacreditar uma instituic¸a~o de Estado e os servidores que compo~em seus quadros".
Confira a manifestação na íntegra:
"AGÊNCIA BRASILEIRA DE INTELIGÊNCIA
18 de dezembro de 2020
A imprensa cumpre papel fundamental perante a sociedade quando praticada de forma livre, profissional e voltada a` busca da verdade. A criação de falsas narrativas acarreta danos a pessoas, instituic¸o~es e a` devida formac¸a~o da opinia~o pu´blica.
Mate´rias jornali´sticas acusam a existe^ncia de relato´rios da ABIN ou do Diretor-Geral com supostas instruc¸o~es de defesa de parlamentar federal, elaborados de forma na~o oficial, em texto de aplicativo de mensageria, contudo sem nenhuma demonstrac¸a~o documental ou do inteiro teor das mensagens.
As mate´rias faltam com a verdade. Nenhum relato´rio foi produzido com tema, assunto, texto ou o ti´tulo exposto, tampouco a forma e o conteu´do dispostos correspondem a relato´rios confeccionados por servidores em atividade na ABIN.
As noti´cias apontam possíveis condutas ilícitas e desvio de finalidade respaldadas apenas em trechos mal redigidos, com linguajar ate´cnico e sem relac¸a~o com a atividade de Intelige^ncia.
Nenhum documento, relato´rio ou informe de defesa em processo criminal foi transmitido por qualquer meio a parlamentar federal ou a sua defesa atrave´s do Diretor-Geral, Diretores, Coordenadores ou Assessores.
A imputac¸a~o por qualquer pessoa de vinculac¸a~o dos supostos relato´rios a` ABIN ou ao Diretor-Geral e´ equivocada ou deliberadamente realizada com objetivo de desacreditar uma instituic¸a~o de Estado e os servidores que compo~em seus quadros.
Imprescindi´vel a apresentac¸a~o dos supostos relato´rios e de entrevistas acusatórias a`s autoridades pu´blicas, para apurac¸o~es cabi´veis pelas instituições oficiais, inclusive de responsabilizac¸a~o pela desinformac¸a~o."
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